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Japão: desastres, iene e competitividade externa derrubam o setor eletrônico

Por Por Karyn Poupée
3 fev 2012, 13h04

O setor eletrônico japonês, um dos pilares da economia do país, teve um 2011 desastroso, com seus ganhos golpeados pelo sismo e pelo tsunami de 11 de março, pela forte alta do iene – que prejudicaram as exportações – e pela dura competitividade das empresas estrangeiras.

Nos últimos três dias, Sharp, Sony e Panasonic anunciaram resultados financeiros catastróficos para os três primeiros trimestres do exercício 2011-2012 (abril a dezembro de 2011), e previsões ainda piores para o ano fiscal completo.

Esse exercício de 2011, iniciado em abril pouco depois do sismo e do tsunami que causaram a morte de 19.000 japoneses e golpearam duramente as empresas e a economia do país, foi marcado por notícias ruins e circunstâncias nefastas.

As três empresas foram vítimas do brutal retrocesso das compras de televisores no Japão, e da escassa demanda no estrangeiro, devido à lenta recuperação nos Estados Unidos e à interminável crise da dívida na Europa.

Soma-se a isso uma histórica valorização da moeda japonesa, que elevou os custos da produção no Japão, reduziu a competitividade de seus produtos no exterior, especialmente ante uma feroz competitividade de outros países, como Coreia do Sul, que reduziu seus preços de maneira vertiginosa.

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“Já não é mais possível produzir aparelhos de TV ou painéis solares para exportá-los, já que quanto mais vendemos mais dinheiro perdemos”, disse esta semana o presidente da Sharp, Mikio Katayama. “A única solução é fabricar próximo ao lugar das vendas”, completou.

Contudo, as empresas japonesas também não tiveram sorte em 2011 nesse sentido. O setor japonês da eletrônica sofre desde o outono com enormes inundações na Tailândia, onde vários de seus centros industriais foram alagados.

Com isso, Sharp, Sony e Panasonic fecharam o ano com perdas colossais de 2 bilhões de euros para os dois primeiros e de 8 bilhões para o terceiro, mesmo após enormes esforços para reestruturar suas fábricas ou reorientar sua produção para bens mais rentáveis.

A Sharp, por exemplo, iniciou uma profunda reorganização de sua atividade de telas LCD para gerar quedas nos preços e captar mercados estratégicos em pleno crescimento.

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Já a Panasonic lançou um plano de redução significativa de suas atividades de fabricação de TV, ao fechar fábricas de telas LCD e plasma, para recorrer a fornecimentos exteriores, reduzindo assim seus custos.

No lugar dessa atividade, o grupo passou a se concentrar em aparelhos eletrodomésticos e eletrônicos para o grande público.

A Sony, por sua vez, vendeu sua parte na companhia de telas S-LCD que tinha com a Samsung, e buscará o fornecimento desses produtos em outras empresas, pois assim poderá se beneficiar da queda dos preços, ao invés de sofrer com ela.

A empresa também recuperou sua filial de telefones móveis, Sony-Ericsson, por considerar que deve manter-se nessa atividade para criar maior sinergia com os demais produtos do grupo (computadores, tablets, consoles, etc) e compartilhar os conteúdos (música, jogos vídeo, filmes).

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