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Italianos se sentem estrangulados pelos impostos

Por Por Françoise Kadri
26 jun 2012, 12h59

Entre o novo imposto predial, a alta dos impostos ao consumo, o IVA, e a caça às evasões fiscais lançada pelo governo do tecnocrata Mario Monti, os italianos se dizem estrangulados pelo fisco em plena recessão da economia.

“Não terminamos nunca de pagar multas, faturas, recibos. Cada dia a corda está mais estreita e a cada dia menos podemos pagar. Este governo corre muito para cobrar impostos”, disse à AFP o empresário Gianbattista Tagliani.

O jovem empresário havia acabado de sair de uma filial de Equitalia, a agência pública para a arrecadação de impostos, onde estava pagando as cotações atrasadas de um empregado.

Especializado em monitoramento de mídias, ele conta a situação absurda na qual se encontra: a Câmara dos Deputados, ou seja, o Estado italiano, lhe deve 20.000 euros por serviços prestados, os quais lhes serão pagos com 180 dias de atraso.

O imposto predial, que Silvio Berlusconi eliminou em 2008 e que foi reintroduzido por Monti, e o IVA, que subiu de um ponto a 21% e que pode chegar a 23%, converteu-se em um pesadelo para os italianos.

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Desde que o país entrou em recessão ao final do ano passado, a raiva das pessoas com relação às duras medidas de austeridade têm se manifestado de maneira violenta, com cartas-bomba para gerentes do Equitalia (empresa pública de arrecadação de impostos na Itália) em várias cidades, manifestações em Nápoles, agressão a inspetores em Milão, reféns em uma agência de Bérgamo, para não mencionar os suicídios.

“Aos políticos e aos membros do governo não são cobradas multas. Eles não pagam a gasolina do automóvel oficial”, comenta indignado Paolo Schiaramazza, 49 anos.

O mal-estar deste pequeno empresário da construção nasce das injustiças do sistema, do mal funcionamento da administração pública e dos privilégios que goza uma certa classe, a chamada “casta” política.

“Enviamos uma média de 16 milhões de cartas. Uma cifra enorme, que demonstra a relação ruim que os italianos têm com o fisco”, diz Giovanni Lombardo, diretor de relações públicas da Equitalia.

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Ilustrando o cenário de más notícias, o governo italiano aprovou nesta terça-feira o resgate com um máximo de 2 bilhões de euros do banco mais antigo do mundo, o Banca Monte dei Paschi di Siena (BMPS), devido à situação delicada em que se encontra, informaram fontes oficiais.

Além da ajuda designada, o governo substituirá o empréstimo de 1,9 bilhão de euros concedido em 2009 por outro, o que deverá somar no total 3,9 bilhões de euros.

Com essa medida, o banco de Siena (Toscana, centro) contará com fundos de recurso próprio que respeitará as exigências da autoridade bancária europeia.

Muito exposto à dívida italiana, o BMPS, fundado em 1472, fechou o ano de 2011 com um prejuízo de 4,69 bilhões de euros.

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