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Itália volta a concentrar atenção dos mercados

Por Alberto Pizzoli
13 jun 2012, 13h49

A Itália teve que pagar nesta quarta-feira juros em forte alta pela emissão de bônus, sofrendo com a crise da dívida e com os pedidos de uma ação “urgente” que, segundo a Comissão Europeia, nem todos os países parecem ter captado.

O Tesouro italiano, que voltará a emitir dívida na quinta-feira, captou 6,5 bilhões de euros a um ano, mas as taxas passaram de 2,34% na última operação de 11 de março para 3,972%.

“A aversão ao risco é muito elevada e os mercados dizem que a Itália seguirá pelo mesmo caminho que a Espanha”, comentou à AFP Cyril Regnat, estrategista da dívida da Natixis, que considera esta opinião “exagerada”, já que a situação de Roma é muito menos preocupante que a de Madri.

Contudo, segundo o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, muitos governos ainda não entenderam a gravidade da crise que afeta a Eurozona.

“Estamos em um momento decisivo da integração europeia, marcado por uma emergência social”, declarou Barroso no Parlamento Europeu em Estrasburgo (leste da França).

O discurso de Barroso foi centrado nos preparativos da reunião de cúpula da União Europeia (UE) de 28 e 29 de junho em Bruxelas, no momento em que a Itália está sob forte pressão dos mercados, depois que as tensões obrigaram Bruxelas a aprovar um resgate do setor bancário espanhol.

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“Temos que reconhecer que estamos diante de um problema sistêmico, para o qual se impõem uma visão e medidas concretas”, disse Barroso.

Desde que Madri aceitou no sábado um plano de ajuda de até 100 bilhões de euros para recapitalizar seus bancos, especulações de que a Itália também poderia pedir ajuda têm prejudicado as emissões de bônus do país, apesar de que a nação vinha apresentando uma retomada da confiança dos investidores graças às medidas de austeridade e as reformas adotadas pelo governo tecnocrata de Mario Monti.

Tais medidas foram enaltecidas pelo ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, conforme publicado pelo jornal italiano “La Stampa” desta quarta-feira.

“Não haverá perigo para a economia da Itália se as reformas estruturais e as medidas de estímulo ao crescimento continuarem sendo implantadas pelo primeiro-ministro Mario Monti”, disse Schäuble.

“A Itália tem progredido muito com o governo de Monti. Isso é do conhecimento de toda a Europa e dos mercados”, disse Schäuble, acrescentando que espera que o Parlamento italiano e a opinião pública continuem dando suporte a seu primeiro-ministro.

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Os comentários de Schäuble vieram na véspera de uma série de conversações e encontros dos principais líderes europeus. O presidente francês, François Hollande, terá um encontro com Monti em Roma na quinta-feira, uma semana antes da reunião entre as quatro maiores potências da Europa: Itália, França, Alemanha e Espanha.

Segundo ministro alemão, Monti tem traçado o caminho correto para o crescimento sustentável através da criação de reformas estruturais, estímulo à competitividade e de redução do déficit.

Alguns analistas temem que o país, cuja colossal dívida supera 120% do PIB, seja a próxima peça do dominó da zona do euro a cair.

Monti, no entanto, descarta que o país venha a precisar de qualquer tipo de resgate.

“O déficit público da Itália, muito inferior à média europeia, cairá a 1,7% este ano e se aproximará do equilíbrio fiscal em 2013, enquanto que os bancos estão em sua maioria estáveis, já que não têm financiado a especulação imobiliária”, recordou Monti, em clara alusão aos espanhóis, debilitados pelos ativos tóxicos deixados pela bolha imobiliária de 2008. “Portanto, a forte alta do rendimento da dívida italiana não se deve a fatores especificamente italianos”, completou Monti.

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Já a dívida da Espanha, que vinha sendo fortemente pressionada pelos mercados, foi aliviada nesta sessão. A taxa de risco – diferencial pago pelos bônus a 10 anos com relação aos alemães, de referência – recuavam a 518,950 pontos, após ter tocado na véspera os 580 pontos, o maior nível do país na história do euro.

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