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Israel planeja lançar satélites de base no Brasil

Aliança entre empresas dos dois países estuda o lançamento de um novo satélite-espião, o Ofeq-10, a partir da base de Alcântara, no Maranhão

Por Ana Clara Costa
19 Maio 2011, 16h52

Um acordo de cooperação militar que está sendo fechado entre Brasil e Israel poderá viabilizar o lançamento de satélites israelenses no Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), no Maranhão. O projeto está sendo discutido entre o Ministério da Defesa e a EAS Soluções Aeroespaciais – uma joint venture entre a estatal Israel Aerospace Industries (IAI) e o grupo Synergy, que controla a companhia aérea Avianca. “Estamos no estágio de pesquisa técnica e ainda não há previsão de quando será o lançamento. Mas essa vontade existe há muito tempo”, afirma Renato Cianflone, diretor de Novos Negócios da EAS. O objetivo é colocar em órbita, a partir da base maranhense, o satélite-espião Ofeq-10 – o equipamento, que será utilizado para comunicação militar, ainda está em fase de testes.

As relações militares entre Brasil e Israel tiveram grande avanço no final de 2009, quando o ministro da Defesa, Nelson Jobim, recebeu o presidente de Israel, Shimon Peres, em Brasília. Na época, Jobim afirmou que um acordo na área de Defesa estava sendo negociado. O documento está na etapa final de elaboração e precisa ser ratificado pelos dois países antes de ir para aprovação no Congresso Nacional.

O acordo fornece base legal para projetos no campo aeroespacial, o que abre caminho para que lançamentos, de fato, ocorram em Alcântara. A partir de então, a IAI – que há duas décadas vem demonstrando interesse em realizar projetos no país – pode concretizar a parceria com o grupo Synergy, que pertence ao empresário German Efromovich, para explorar este mercado no Brasil.

Interesses no Brasil – O Centro de Lançamentos de Alcântara despertou a atenção da IAI por inúmeras razões. Segundo a publicação americana Space News, Israel tem buscado opções de lançamento de satélites ao redor do mundo. Com apenas 20.700 quilômetros quadrados de área, um pouco menor que o estado de Sergipe, as autoridades locais preocupam-se em ocupar, ao máximo, seu território com indústrias. Assim, o governo do país busca a cooperação de outras nações para conseguir operar seu lançador Shavit 2. A escolha do Brasil, segundo fontes do setor aeroespacial, dá-se por duas razões: a localização de Alcântara – considerada privilegiada se comparada a outras bases da América Latina – e a possibilidade de conseguir estreitar relações comerciais com o país, sobretudo no que se refere à demanda brasileira por serviços de satélite.

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O interesse de Israel em fortalecer laços econômicos com o país resultou também em encontros com o empresariado brasileiro. Uma missão comandada pelo ministro da Indústria, Comércio e Trabalho israelense, Shalom Simhon, chegou ao país na última segunda-feira para se reunir com presidentes de empresas de São Paulo. O foco do encontro foi a discussão de oportunidades nas áreas de biocombustíveis e telecomunicações. Outro ponto de interesse da missão foi o oferecimento de parcerias com empresas israelenses que têm intenção de investir em projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016.

Base de Alcântara – O Centro de Lançamento de Alcântara é vinculado aos ministérios da Defesa e de Ciência e Tecnologia. A base nunca colocou em órbita um satélite, apenas sondas e pequenos foguetes. O primeiro a ser lançado de lá deverá ser o Ciclone, previsto para 2012, e que resulta de um acordo bilateral entre Brasil e Ucrânia. A base de lançamento está sendo construída por um consórcio de construtoras brasileiras – liderado pela Andrade Gutierrez e Odebrecht – e será operado pela estatal binacional Alcântara Cyclone Space. Em 2003, uma explosão durante o lançamento de uma sonda meteorológica em Alcântara matou 21 pessoas.

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