Por Danielle Chaves
Nova York – Os contratos futuros de petróleo operam em baixa depois de o Irã adiar a votação sobre uma interrupção do fornecimento da matéria-prima para a União Europeia e concordar em receber autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU). A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) iniciou, ontem, uma visita de três dias ao Irã, para discutir o programa nuclear do país, segundo a agência AFP.
No ano passado, a AIEA acusou o Irã de tomar medidas em direção à criação de uma arma nuclear, o que o governo de Teerã nega. Ontem, parlamentares iranianos adiaram a votação de um projeto de lei que pretendia interromper imediatamente as exportações de petróleo para a UE. A legislação seria um passo antecipado À decisão da UE de proibir a importação de petróleo do Irã, que terá efeito a partir de julho.
Os passos aparentemente marcam um raro gesto conciliatório do Irã. O governo iraniano tem assumido uma posição cada vez mais agressiva em relação ao Ocidente em resposta às pressões contra seu programa nuclear. Além da interrupção do envio de petróleo à UE, o país ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, uma rota crucial para o transporte marítimo da commodity. O Irã é um dos maiores fornecedores de petróleo para a UE.
Apesar da queda de hoje, os preços do petróleo continuam oscilando dentro de uma faixa limitada ao redor de US$ 100 por barril. As preocupações com a demanda nos Estados Unidos e na Europa evitam que os preços subam muito, enquanto as preocupações com a oferta impõem um piso para os preços.
Além disso, os participantes do mercado provavelmente continuarão focados na crise de dívida europeia. Autoridades da UE estão reunidas em Bruxelas hoje e ainda há receios de que os problemas da Grécia se espalhem para Portugal e Itália. A crise europeia levanta temores com relação à demanda por petróleo.
Às 14h10 (de Brasília), o WTI para março caía 0,21% na Nymex, para US$ 99,35 o barril, enquanto o brent para março recuava 0,01% na ICE, para US$ 111,45 o barril. As informações são da Dow Jones.