IPOs devem atingir recorde em 2014, diz Ernst Young
Xerca de 300 transações podem movimentar até 45 bilhões de dólares, segundo projeção
O mercado de capitais deve assistir no ano que vem a um recorde de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), segundo projeções globais da consultoria Ernst & Young, com cerca de 300 transações que podem movimentar até 45 bilhões de dólares. No Brasil, a expectativa é de que o número de ofertas fique muito parecido com o deste ano, que terminou com dez aberturas de capital e movimentou 8,5 bilhões de dólares.
“Estamos encerrando 2013 no mercado brasileiro com um viés de crescimento, depois de um período de queda na atividade”, diz André Ferreira, sócio líder de mercados estratégicos da Ernst & Young.
A consultoria prevê mais ofertas de empresas que busquem levantar entre 200 milhões de dólares e 500 milhões de dólares, principalmente de setores como infraestrutura, educação, tecnologia e varejo. Mas ressalta que a Copa do Mundo, entre junho e julho, e a eleição presidencial, em outubro, podem afetar a janela de oportunidades para os IPOs.
“Aqui, por enquanto, o desempenho deve ser muito similar ao de 2013”, afirma Ferreira. “Mas globalmente a previsão é de uma retomada da atividade de IPOs com os mesmos níveis vistos entre 2005 e 2008.”
Neste ano, embora não tenha ficado entre os países com o maior volume de transações, o Brasil apareceu em destaque no estudo global da Ernst Young com a maior operação realizada no mundo: o IPO da BB Seguridade, a seguradora do Banco do Brasil, que estreou na BM&FBovespa em abril, captando 5,7 bilhões. Em segundo lugar, ficou a oferta da japonesa Suntory Beverage (US$ 4 bilhões) seguida da inglesa Royal Mail (3,2 bilhões de dólares). De acordo com a consultoria, o país, junto com o México, foi um dos principais responsáveis pelos bons resultados da América Latina.
O décimo e último IPO do ano no mercado brasileiro foi o da operadora de turismo CVC, que conseguiu levantar no início de dezembro 612 milhões de reais. Entre maio e setembro, logo depois da oferta da BB Seguridade e do Smiles (programada de fidelidade da Gol), o mercado colocou o pé no freio. Com a justificativa de que o cenário econômico global era de incerteza, empresas como a Azul e a Votorantim Cimentos desistiram de ir para a Bolsa. As ofertas foram retomadas em outubro com a abertura de capital de duas empresas de educação.
(Com Estadão Conteúdo)