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IPCA sobe 0,56% no mês, desacelera a 6,22% em 12 meses

Por Da Redação
10 fev 2012, 12h13

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO, 10 Fev (Reuters) – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56 por cento em janeiro, mais do que em dezembro, mas no acumulado em 12 meses a alta desacelerou, mostraram dados divulgados nesta sexta-feira, dando suporte à estratégia do Banco Central de seguir reduzindo a taxa básica de juros.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta manhã que a alta acumulada do IPCA nos 12 meses encerrados em janeiro ficou em 6,22 por cento, ante 6,50 por cento no final de 2011. É a menor variação acumulada desde fevereiro do ano passado, quando ela foi de 6,01 por cento.

“Claramente, o IPCA em 12 meses apresenta uma trajetória de desaceleração com um nível de preços menor”, disse a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.

A mediana das previsões de 31 economistas consultados pela Reuters apontava uma alta de 0,55 por cento em janeiro, com as previsões variando entre 0,47 e 0,70 por cento. Em dezembro, o IPCA subiu 0,50 por cento. No acumulado em 12 meses, os economistas previam 6,2 por cento.

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“A inflação está se comportando como o BC esperava”, afirmou o estrategista-chefe do banco WestlB do Brasil, Luciano Rostagno. “Portanto, olhando para o IPCA, você tem um comportamento que favorece a atual estratégia de corte de juros do BC.”

O analista da Rosenberg Consultores Associados Daniel Lima vai na mesma linha: “Isso é um fator positivo para o BC continuar a estratégia de redução gradual dos juros”. Para Lima, a taxa em 12 meses provavelmente continuará desacelerando no primeiro trimestre, “talvez até maio”.

A perda de força na inflação corrobora a visão do Banco Central de que a inflação caminha para o centro da meta, algo explicitado na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual a Selic foi cortada em mais 0,5 ponto percentual, para 10,50 por cento.

A autoridade monetária também deixou claro que busca uma Selic novamente a um dígito, patamar visto pela última vez em abril de 2010, quando estava em 9,50 por cento ao ano. O próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que há espaço para mais afrouxamento da política monetária do país.

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ALIMENTOS SOBEM MENOS

Segundo o IBGE, a alta de janeiro do IPCA veio sobretudo dos preços dos alimentos, que subiram 0,86 por cento, ainda que com uma variação menor do que em dezembro, quando foi de 1,23 por cento.

Entre os alimentos que tiveram aceleração de preços, o feijão carioca saltou para uma alta de 15,06 por cento, ante 8,84 por cento no mês anterior, e a batata-inglesa pulou para uma elevação de 8,01 por cento, depois de ter caído 4,46 por cento em dezembro.

O maior impacto individual sobre o IPCA no mês, no entanto, veio dos preços das tarifas de ônibus urbanos, de 0,07 ponto percentual, devido à alta de 2,54 por cento no mês. O grupo Transportes subiu 0,69 por cento em janeiro, após estabilidade em dezembro.

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Também houve pressão vindo de passagens aéreas (10,61 por cento, ante -2,05 por cento), seguro voluntário (2,69 por cento, após -6,86 por cento) e conserto de automóvel (0,71 por cento, frente a 0,49 por cento).

Segundo o IBGE, o IPCA de fevereiro será impactado pelo aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro (concedido em 1º de janeiro), Porto Alegre, Recife e Belo Horizonte. Haverá ainda aumento de água e esgoto em Porto Alegre, trem urbano no Rio de Janeiro e em São Paulo, além do reajuste em cursos e matrículas escolares.

Pela metodologia do instituto, o impacto do grupo Educação será capturado em fevereiro, diferentemente dos demais órgãos e instituições de pesquisa, em cujas sondagens o reajuste é incorporado a partir de janeiro.

Esta é a primeira divulgação dos índices de preços do IBGE com a nova estrutura de pesos, que incorpora os resultados dos gastos de consumo da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009.

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Os serviços, com base na nova classificação do BC para esse segmento, perderam peso no IPCA, ao passarem de 34,61 por cento para 33,72 por cento do índice cheio. Esse grupo vem pressionando a inflação nos últimos meses.

“No curto prazo, isso pode ajudar ao equilíbrio da inflação. Os serviços aumentaram nos últimos tempos e resta saber o quanto mais vão subir daqui para frente e se haverá espaço para um ganho contínuo”, acrescentou Eulina.

PRESSÃO MENOR

Outros indicadores de inflação também vem apontando para um cenário de preços menos pressionados.

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O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), divulgado nesta manhã, caiu 0,10 por cento na primeira prévia de fevereiro, ante variação negativa de 0,01 por cento no mesmo período de janeiro.

Na quarta-feira, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) mostrou desaceleração da alta para 0,46 por cento na primeira quadrissemana de fevereiro, após alta de 0,81 por cento na quarta quadrissemana de janeiro . E o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) voltou a subir em janeiro, 0,30 por cento, mas menos que o esperado.

O atual ciclo de redução dos juros pelo BC começou em agosto passado, em meio ao agravamento da crise internacional. Desde então, a taxa Selic já foi cortado em quatro ocasiões, a última no final do mês passado.

E o mercado prevê mais quedas. O relatório Focus do BC mostrou na segunda-feira que os agentes preveem que a Selic terminará abril em 9,5 por cento. No Focus da semana passada, o mercado estimava que o juro atingiria esse patamar apenas em maio, segundo a mediana das previsões.

A curva futura de juros passou a precificar uma chance maior de novo corte de 0,25 ponto percentual da Selic na reunião do Copom em maio.

(Reportagem adicional de Diogo Ferreira Gomes, no Rio de Janeiro, e de José de Castro e Silvio Cascione, em São Paulo)

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