IPCA deve terminar 2012 em 4,7%, reafirma Fazenda
De acordo com o boletim Economia Brasileira em Perspectiva, a expectativa do governo é que a inflação prossiga em desaceleração
O Ministério da Fazenda manteve a projeção de que a inflação de 2012 ficará em 4,7%, de acordo com a estimativa do boletim Economia Brasileira em Perspectiva publicado nesta segunda-feira. Se confirmada a estimativa, feita com base no relatório de inflação do Banco Central (BC) de dezembro de 2011, o IPCA encerrará o ano 0,2 ponto porcentual acima do centro da meta, de 4,5%.
No ano passado, a inflação terminou no teto (limite máximo) da meta, em 6,5%. Sobre o resultado, a Fazenda destacou, no documento, que, por sete anos consecutivos, a inflação brasileira encerrou o ano dentro das metas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “As pressões inflacionárias em 2011 tiveram causas predominantemente externas, sobretudo em decorrência de choques de preço de commodities no fim de 2010 e início de 2011”, afirmaram os técnicos no boletim.
Na avaliação da equipe econômica, diversos indicadores mostram que os preços estão mais comportados desde meados do ano passado. “A expectativa é de que a inflação brasileira ao consumidor prossiga em trajetória de declínio, caminhando em direção ao centro da meta para 2012”, preveem.
Crescimento do PIB – Ainda de acordo com o boletim, a Fazenda reduziu o crescimento da economia brasileira em 2012 de 5% para 4,5% e, para o ano passado, cujos dados ainda são desconhecidos, a projeção recuou de 3,8% para 3,2%. Para 2013, a Fazenda projeta uma expansão da economia da ordem de 5,5% e, para 2014, de 6%.
“O ano de 2011 foi importante para consolidar a trajetória de crescimento de longo prazo em um ambiente internacional de franca desaceleração”, afirmaram os técnicos do Ministério. Na nota, o governo reconhece que a economia brasileira desacelerou até o terceiro trimestre de 2011 e cita como causas as próprias decisões governamentais – as conhecidas medidas macroprudencias – e a deterioração da crise global. Além disso, projeta que nesse ano o PIB vai crescer, mesmo com o agravamento da crise financeira internacional.
O início do processo de recuperação deu-se, entre outros motivos, pela forte expansão dos investimentos, cujo ritmo superou até mesmo o consumo das famílias e do governo. A Fazenda aponta ainda que as inversões devem permitir a ampliação da capacidade produtiva e da demanda no Brasil nos próximos anos.
“Mais importante que a expansão observada no PIB em 2011 é sua qualidade”, disse o comunicado. Nesse sentido, foi destacado o conjunto de medidas no ano passado para fortalecer a indústria nacional, como o Plano Brasil Maior e os investimentos do PAC.
Programas assistenciais – Os valores de investimentos reservados para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) crescerão 20,3% em 2012, totalizando 42,6 bilhões de reais, ante 35,4 bilhões no ano anterior, segundo o documento. Para o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, a projeção é construir dois milhões de novas moradias entre 2011 e 2014, em um total investido da ordem de 142,3 bilhões de reais. Em 2011, foram construídas 480 mil moradias.
(Com Agência Estado)