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Integração e reformas: principais armas da AL contra a crise europeia

Por Por Pol Costa
25 Maio 2012, 14h47

As economias latino-americanas apostam nas reformas estruturais e na integração para enfrentar a crise econômica dos países ricos e confiam na capacidade da Europa para iniciar sua recuperação, disseram nesta sexta-feira responsáveis regionais em um fórum em Paris.

“Não somos imunes. Vemos uma perspectiva favorável, mas não podemos baixar a guarda”, lembrou o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, na abertura do seminário co-organizado por essa entidade e pela Organização para o Desenvolvimento e a Cooperação Econômica (OCDE).

Os países latino-americanos tiveram um crescimento médio de 4,3% em 2011 que cairá para 3,7% em 2012, segundo a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL), e temem o contágio da crise europeia e a desaceleração da China e dos Estados Unidos.

“Não podemos continuar nos escondendo. A América Latina é uma região cada vez mais aberta e temos que estar preparados para enfrentar uma contração da economia mundial”, disse o ministro chileno da Fazenda, Felipe Larraín.

Apesar da dependência da economia europeia ser relativa (as exportações para a Europa representam aproximadamente 12% do total, segundo dados do BID), vários responsáveis apelaram para a preparação de planos de contingência.

“Os próximos 18 meses serão provavelmente muito complicados. Temos que levar a economia a um refúgio de paz”, disse Juan Carlos Echeverry, ministro colombiano de Fazenda, para quem as reformas estruturais têm que ser “um estilo de vida”.

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Os responsáveis reunidos em Paris também pediram aos europeus para se inspirar nas experiências da América Latina para superar a crise do final dos anos 80 e a evitar a tentação do protecionismo.

“Esperamos que os países da zona do euro tomem as medidas necessárias e confiamos que façam isso evitando o protecionismo. A América Latina oferece experiências dignas de serem levadas em conta, em alguns casos sobre o que se deve fazer e em outros sobre o que se deve evitar”, disse a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla.

A ex-presidente do Chile e atual secretária executiva do programa ONU Mulheres, Michele Bachelet, considerou que a América Latina tem que apostar no capital humano e, em particular, no das mulheres, fator chave de crescimento.

“Nos referimos ao capital humano pensando na educação, que é um eixo central. Mas sempre como se homens e mulheres tivessem um acesso igualitário”, explicou.

“Superar a pobreza e a desigualdade leva ao crescimento, e não o contrário”, lembrou Bachelet, para quem o “mito” de que a melhor política social é a política econômica desapareceu com as sucessivas crises.

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Para os responsáveis reunidos em Paris, as barreiras contra o contágio passam também por uma maior integração (o comércio intrarregional representa 18% do total, apesar de ter potencial para crescer, segundo o BID) e pela diversificação das exportações, em que a China já ocupa um lugar central.

“Mantendo o ritmo atual, a China pode chegar a ser, em cinco anos, o principal sócio comercial de países como Colômbia ou Argentina”, disse o presidente do BID.

A instituição, presidida por Luis Alberto Moreno, ampliou suas capacidades de financiamento para fazer frente à escassez de liquidez, um problema que afeta pequenas e médias empresas.

“Para as pequenas e médias empresas as taxas (de crédito) não são competitivas, apenas as grandes empresas têm acesso a elas”, lamentou o mexicano Juan Gilberto Marín Quintero, presidente internacional do Conselho Empresarial de América Latina (CEAL).

Outro instrumento ao alcance dos governos é a aplicação de políticas fiscais equitativas e eficazes, segundo o ministro de Finanças e Economia do Uruguai, Fernando Lorenzo.

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“A política fiscal e a política tributária são provavelmente as que têm implicações mais elevadas em termos políticos. Os momentos de dificuldades econômicas são formidáveis para criar impostos de péssima qualidade”, alertou Lorenzo.

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