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Inflação nos EUA desacelera em julho com alívio no preço da gasolina

Em dados anualizados, índice de preços ao consumidor ficou em 8,5% em julho, abaixo do recorde de 9,1% registrado em junho

Por Larissa Quintino Atualizado em 10 ago 2022, 20h59 - Publicado em 10 ago 2022, 10h06

Assim como aconteceu com os dados de inflação de julho no Brasil, divulgados na última terça-feira, 9, a inflação nos Estados Unidos também dá sinais de desaceleração. Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, 10, o índice de preços ao consumidor acumula alta de 8,5% em relação ao ano anterior, o que representa um recuo em relação ao avanço de 9,1% de junho, que foi o maior em quatro décadas. Os dados vieram abaixo da expectativa do mercado, que esperava 8,7% na base anualizada.

Segundo dados do Departamento do Trabalho, o alívio no índice de preço ocorre porque o declínio na gasolina compensou os aumentos nos custos de alimentação e habitação. 

Os preços da gasolina caíram 7,7% em julho, a maior queda desde abril de 2020, depois de subir 11,2% um mês antes. Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, a queda nos preços dos combustíveis revela a desaceleração do choque dos preços de energia global. “Cedendo, eles acabam tirando uma parte importante da inflação mundial”, diz. No entanto, ele ressalta que a persistência em outros itens ao consumidor americano ainda mostram resistência a médio e longo prazo e merecem atenção. Os custos com alimentos subiram 10,9% em relação ao ano anterior, a maior alta desde 1979, e os de moradia aceleraram 5,7%.

Os dados da inflação geram expectativa nos mercado mundo afora sobre os próximos passos do Federal Reserve, o banco central americano. Embora a inflação tenha desacelerado, as autoridades do Fed já haviam declarado que querem ver meses de evidências de que os preços estão esfriando para assim poder diminuir o ritmo da contração monetária. Isso porque na semana passada, os dados de criação de emprego (Payroll) vieram muito acima da expectativa e com salários mais altos, o que pressiona a inflação por mais tempo. Antes da próxima reunião do Fomc, o Copom americano, em setembro, há outra rodada de relatórios mensais de inflação e emprego. “Os dados de hoje devem contrabalancear o Payroll que veio muito mais fortes semana passada. Apesar de a última pesquisa de inflação não balizar as decisões de política monetária do Fed, ele é um grande antecedente do PCE (outra pesquisa), então, esse resultado foi importante para segurar as expectativas e diminuir o número de agentes esperando mais uma alta de 0,75%”, afirma André Coelho, da Ativa Investimentos.

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