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Inflação industrial desacelera em novembro, mas segue com peso do petróleo

Índice de preços na "porta da fábrica" mede custos sem impostos e frete e teve variação de 1,31% no mês, abaixo dos 2,26% registrados em outubro

Por Larissa Quintino Atualizado em 5 jan 2022, 13h32 - Publicado em 5 jan 2022, 09h28

A inflação não é um peso apenas para o consumidor. Na indústria a pressão também é forte, mas tem dado sinais de desaceleração. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 5, os preços no setor subiram 1,31% na passagem de outubro para novembro. A variação é menor que no mês anterior, quando o Índice de Preços ao Produtor (IPP) ficou em 2,26%. O acumulado no ano atingiu 28,36% e, em 12 meses, 28,86%, quinto mês seguido em desaceleração e o menor valor desde fevereiro de 2021 (28,50%).

A pesquisa mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dessas, 17 tiveram variações positivas em novembro. As maiores influências no índice vieram de refino de petróleo e produtos de álcool, outros produtos químicos, e indústrias extrativas.

O gerente da pesquisa, Manuel Campos Souza Neto, afirma que os setores com maior impacto no IPP de novembro sofreram influência do comércio internacional. “Derivados do petróleo em função dos aumentos do óleo bruto durante o ano, apesar da queda neste mês e o setor extrativo devido a uma queda muito grande nos preços do minério de ferro”, explica.

O levantamento aponta que derivados de petróleo e álcool aumentaram 6,63% no mês, 14,26% no último bimestre e chegaram a 71,04% no acumulado do ano e 80,13% em 12 meses. O setor químico, que teve a segunda maior variação positiva, de 4,90%, acumulou 60,03% no ano e 60,69% em 12 meses.

Já o setor extrativo foi por outro caminho, com queda de 5,21%, acumulando, no trimestre, redução de 22,56%. O gerente da pesquisa destaca que, em março, o setor extrativo acumulava 136,25% em 12 meses, o mesmo indicador caiu para 29,17%, em novembro, queda de mais de 100 pontos percentuais devido à redução dos preços do minério de ferro. Entre as razões para isso está a retração da demanda da China, que fechou várias siderúrgicas.

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“O setor de petróleo é afetado pela redução da oferta do óleo bruto de petróleo, com elevação de preços em todo o mundo. O combustível não tem apresentado altas só no Brasil. Vários países têm sofrido aumentos até maiores. Já o setor químico sofre muito a influência dos custos dos insumos, especialmente a parte de adubos, que tem tido aumento de preços internacionais”, diz.

Ele explica que a indústria tem batido recordes de altas no ano, especialmente no primeiro trimestre – janeiro (3,55%), fevereiro (5,16%) e março (4,63%). Os três meses influenciam o resultado atual, o indicador de novembro (1,31%) é inferior aos registrados no início do ano. “Não obrigatoriamente o primeiro trimestre é de alta, mas neste ano foi um conjunto de fatores como pandemia e mercado internacional”, completa o gerente do IPP.

Em relação às grandes categorias, a influência sobre o IPP (1,31%) foi de 1,19% em bens de capital; 1,40% em bens intermediários; e 1,18% em bens de consumo, sendo que 0,64% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 1,29% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

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