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Inflação e juros transformam presente de Dia das Mães em mera lembrancinha

Alta nos preços e custo de crédito desestimulam a compra de eletrônicos, eletrodomésticos e mobílias, típicos presentes na data comemorativa

Por Renan Monteiro Atualizado em 3 Maio 2022, 14h26 - Publicado em 3 Maio 2022, 12h06

Data tradicional do comércio, o Dia das Mães deste ano exigiu uma adaptação dos lojistas. Com a inflação em dois dígitos e o crédito mais caro, os segmentos de eletroeletrônicos de móveis e eletrodomésticos devem apresentar quedas expressivas de 9,3% e 9,5%, respectivamente segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Já para o ramo de vestuário, calçados e acessórios, a previsão é de aumento de 1,4% nas vendas, em relação ao registrado no ano passado.

O volume geral de vendas no varejo, na data comemorativa, deverá atingir 14,42 bilhões de reais, queda 1,8% em relação às vendas de 2021. Depois de dois anos consecutivos de restrição sanitária, o economista da CNC, Fabio Bentes, cita uma deterioração das condições de consumo provocada “pela aceleração dos níveis gerais de preços, o aumento dos juros e o mercado de trabalho em lenta recuperação”, pontua.

O IPCA-15, no acumulado em 12 meses, verifica aumentos significativos nos preços de eletrodomésticos como refrigeradores (+27,8%), fogões (+24,9%) e mobílias (+19,4%), todos itens recorrentes nas compras do Dia das Mães. Já a taxa de juros básica foi elevada a 11,75% ao ano, aumentando o custo de crédito e, na prática, desestimulando as compras por prestações. Segundo o Instituto Reclame Aqui, em pesquisa realizada com 6 mil consumidores, 75% do total diz que não planeja comprar presentes no Dia das Mães neste ano.

Otimismo do setor 

Apesar dos indicadores negativos na economia brasileira, a previsão de vendas de 14,42 bilhões de reais para 2022 é otimista. Se atingida a meta, será a maior desde 2016, só perdendo para o ano passado, que registrou recorde de seis anos com as vendas chegando a 14,68 bilhões de reais.

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Nos meses iniciais da adoção de medidas restritivas, em 2020, as vendas registradas na data comemorativa chegaram a 8,82 bilhões de reais, baixa recorde. Com maior flexibilização das medidas restritivas, o empresário José Roberto Tadros, presidente da CNC, apresenta confiança.  “A flexibilização dessas medidas e a retomada do fluxo de consumidores permitiram que, no ano passado, o varejo registrasse o maior volume de vendas em seis anos. Em 2022, a situação econômica do país deve afetar um pouco o fôlego das vendas, mas seguimos no caminho da retomada.”, avalia.

Para Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) existe uma tendência de forte retorno às compras físicas. Aliado às estratégias de diversas promoções, sorteios e ações culturais no setor de Shoppings, o fator emocional é determinante para a expectativa positiva da Associação. “Depois de anos de pandemia e restrições, as pessoas querem a volta da experiência da compra física, especialmente em um data como o Dia das Mães (…) O nosso ambiente (Shoppings) é mais concentrado e proporciona experiências ao consumidor, considerando lazer, entretenimento, alimentação, etc.”, pontua Humai.

A Pesquisa de Expectativas Dia das Mães, da Abrasce, feita em todo o país, aponta um aumento real de 6,9% (descontada a inflação) nas vendas em relação ao ano de 2021. Os shoppings, segundo a estimativa, devem movimentar cerca de R$ 4,9 bilhões em vendas durante o período. 

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