Inflação de fevereiro acelera 0,43%, puxada por gastos com educação
Em 12 meses, o IPCA acumulado ficou em 3,89%, acima dos 3,78% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,43% em fevereiro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 12.
As despesas com educação e alimentação foram responsáveis pela aceleração do índice que foi de 0,32% em janeiro e 0,32% em fevereiro do ano passado. No ano, o acumulado é de 0,75% e nos últimos doze meses a inflação está em 3,89%.
A meta da inflação para 2019, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 4,25%. Há um intervalo de tolerância que vai de 2,75% a 5,75%.
Responsável pela maior variação entre os grupos de produtos e serviços pesquisados, o grupo educação (3,53%) reflete os reajustes praticados no início do ano letivo, em especial nas mensalidades, cujos valores subiram, em média, 4,58%, o índice individual que mais subiu no mês.
Apesar de ter o maior impacto no IPCA, o grupo de alimentos e bebidas desacelerou ao passar de 0,90% em janeiro para 0,78% em fevereiro. Nos subitens, o que mais subiu foi o feijão-carioca (51,58%), batata inglesa (25,21%), hortaliças (12,13%) e leite longa vida (2,41%). Em compensação, registraram deflação carnes (-1,23%), arroz (-1,23%), frango inteiro (-1,69%) e o tomate (-5,95%).
De acordo com o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, as hortaliças costumam subir de preço nesse período. “A demanda costuma aumentar nas estações mais quentes, então as variações são mais acentuadas”.
Já os preços do grupo habitação subiram 0,38% em fevereiro, pressionados pela alta de 1,14% na energia elétrica, que impactou o IPCA em 0,04%. Gonçalves explica que os preços subiram em razão do aumento das alíquotas do Pis/Cofins na maioria das regiões pesquisadas. Ainda nesse grupo, o preço do gás de botijão caiu 0,72%, mesmo com o reajuste de 1,04% nas refinarias.
Transportes
O grupo transportes caiu 0,34% e, de acordo com o gerente do IPCA, a queda de 16,65% nos preços das passagens aéreas foi o que segurou a inflação de fevereiro, com o maior impacto individual negativo. “As passagens têm um peso grande no orçamento das famílias. É um momento de fim de férias, começo das aulas, então os preços começaram a descer, também por conta do aumento no final do ano passado”, disse Gonçalves.
Além das passagens, outro item do grupo transportes com queda nos preços foi a gasolina, que ficou em -1,26%, o que ajudou a controlar a inflação. O etanol também apresentou queda, de 0,81%, enquanto óleo diesel e gás veicular subiram 0,36% e 7,75%, respectivamente.
O maior impacto positivo nos transportes foi do ônibus urbano, com alta de 1,50%, por conta de reajustes nas tarifas em cinco das 16 regiões pesquisadas.