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Inflação acelera ainda mais em outubro e chega a 10,67% em 12 meses

IPCA, o índice oficial de inflação, ficou em 1,25% em outubro, maior resultado para o mês em dezenove anos e acima dos 1,16% registrados em setembro

Por Larissa Quintino Atualizado em 10 nov 2021, 12h19 - Publicado em 10 nov 2021, 09h22

A alta generalizada dos preços culminou com a aceleração da inflação em outubro, e o maior resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o mês desde 2002. Segundo dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira, 10, a inflação ficou em 1,25% em outubro, acima dos 1,16% registrados no mês passado. Com a alta, o índice acumulado em 12 meses está em 10,67%, mantendo-se acima dos dois dígitos.

Vale lembrar que a meta de inflação para o ano é de 3,75% com margem de tolerância de 5,25%. Assim, o acumulado de outubro chega a quase o dobro do teto da meta. Com a inflação mais alta, há pressão sobre os juros, e consequentemente, uma desaceleração da atividade econômica. A conjuntura ocorre em momento inoportuno, justamente na retomada das atividades econômicas com o arrefecimento da pandemia de Covid-19.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em outubro, porém, a maior alta ficou com transportes (2,62%), influenciados pelos seguidos aumentos dos combustíveis. Vale ressaltar que o grupo de transportes é o que tem o maior peso na cesta de produtos pesquisados pelo IPCA. A alta, foi puxada pelos reajustes dos combustíveis promovidos pela Petrobras, graças ao câmbio e barril de petróleo mais caros. A gasolina, por exemplo, subiu 3,10% e teve o maior impacto individual no índice do mês. Foi o sexto aumento consecutivo nos preços desse combustível, que acumula 38,29% de variação no ano e 42,72% nos últimos 12 meses. “A alta da gasolina está relacionada aos reajustes sucessivos que têm sido aplicados no preço do combustível, nas refinarias, pela Petrobras. Além da gasolina, houve aumento também nos preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%)”, afirma o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. 

Além dos combustíveis, no grupo de transporte, também houve aceleração no preço das passagens, com aumento de 33,86%.  “A depreciação cambial e a alta dos preços dos combustíveis, em particular do querosene de aviação, têm contribuído para o aumento das passagens aéreas. A melhora do cenário da pandemia, com o avanço da vacinação, levou a maior fluxo de circulação de pessoas e tráfego de passageiros nos aeroportos. Como a oferta ainda não se ajustou à demanda, isso também pode estar contribuindo com a alta dos preços”, explica Kislanov. Com a retomada da circulação de pessoas, outros serviços dentro da categoria de transportes também aceleraram, é o caso de transporte por aplicativo (19,85%), que já haviam subido 9,18% em setembro.

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No grupo de alimentos e bebidas, o segundo com maior preço no índice, houve alta de 1,17% em outubro. Os alimentos que mais subiram no mês foram tomate (26,01%) e  batata-inglesa (16,01%), que fizeram acelerar a alimentação no domicílio (1,32%). “Esse aumento no tomate e na batata decorre da redução da oferta devido ao frio e às chuvas”, observa Kislanov. Também subiram o café moído (4,57%), o frango em pedaços (4,34%), o queijo (3,06%) e o frango inteiro (2,80%).  A alimentação fora do domicílio passou de inflação de 0,59% em setembro para 0,78% em outubro, principalmente por conta do lanche (1,31%), que havia apresentado variação negativa no mês anterior (-0,35%). A refeição (0,74%), por sua vez, desacelerou frente ao resultado de setembro (0,94%).

No grupo habitação, que subiu 1,04%, mais uma vez, a alta foi influenciada pela energia elétrica (1,16%), embora esse item tenha desacelerado em relação a setembro (6,47%). “Em outubro, foi mantida a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta 14,20 reais na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Houve ainda reajustes tarifários em regiões com peso significativo no IPCA, como Goiânia, São Paulo e em Brasília”, acrescenta o gerente do índice. O gás de botijão (3,67%) também subiu pelo 17º mês consecutivo em outubro, acumulando alta de 44,77% desde junho de 2020.

O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

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