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Inflação à vista: consumidor reduz compra de itens que ficaram mais caros

Produtos como leite, óleo e macarrão sobem de preço e perdem espaço no carrinho; inflação e redução do auxílio emergencial derrubam vendas dos supermercados

Por Diego Gimenes
Atualizado em 3 nov 2020, 09h44 - Publicado em 3 nov 2020, 08h54

A conta do supermercado ficou mais salgada. Com a explosão de preço de itens básicos de alimentação, como arroz, feijão, óleo e leite, os consumidores se viram obrigados a diminuir a compra desses produtos. Um dos fatores que explica esse movimento é a volta da inflação, que registrou alta de 0,94% em outubro, o maior aumento desde 1995, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a “prévia” da inflação. A pressão dos preços dos alimentos, inclusive, fez a projeção da inflação oficial do país subir pela 12ª semana consecutiva.

Segundo o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira, 3, o IPCA deve encerrar o ano em 3,02%, maior projeção para o indicador desde março. A crise causada pelo novo coronavírus tem viés deflacionário, por isso não há disparada do índice, mas a alta sentida na hora das compras é real e leva a mudança de comportamento no consumo. O aumento da cotação do dólar, alta da demanda interna e externa por alimentos e a redução do valor das parcelas do auxílio emergencial, que caiu de 600 reais para 300, devem ser levados em conta na equação.

No carrinho de compras, o aumento acumulado dos preços entre janeiro e setembro de 2020 foi, em média, de 17%, de acordo com a pesquisa Insights Dotz do Varejo, que utilizou a metodologia IPCA ao analisar 42 milhões de tickets e 1,3 milhão de clientes que realizaram compras em sete redes de supermercados parceiras da Dotz, em quatro regiões do Brasil. O objetivo do levantamento é analisar o aumento do preço e suas consequências na cesta do consumidor. Em setembro, os clientes gastaram 23% a mais em relação a janeiro, mas eles estão levando menos unidades do que os últimos meses. Em maio, o cliente levava, em média, 19 itens por cesta, mas em setembro esse número caiu para 15. Em contrapartida, o preço médio subiu: de 6,91 reais no começo de 2020, para 8,07 reais em setembro, um aumento de 17%. Consequentemente, o consumidor está levando menos itens para casa a um preço cada vez maior.

O arroz com feijão, combinação preferida no prato das famílias brasileiras ficou 28% mais caro, mas ainda assim não houve queda significativa na compra desses produtos. Já o óleo foi o item que mais aumentou de preço na cesta, com alta acumulada de 60%, fazendo com que as pessoas comprassem o produto, em média, 11% menos.

O leite, por sua vez, subiu 47%, e os consumidores passaram a levar uma quantidade 8% menor desse item. O macarrão também ficou mais caro, cerca de 16% na comparação com o início do ano, mas a queda na quantidade comprada foi de apenas 3%. Em São Paulo, por exemplo, a subida de preços já reflete nas vendas dos supermercados, que caíram 10% nas últimas semanas, segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas). Esses números escancaram a necessidade de se fazer uma transição adequada do auxílio emergencial — uma das saídas é o o novo programa de renda básica do governo, que ainda é discutido pelo Ministério da Economia.

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