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Indústria têxtil espera que guerra acelere acordo entre Mercosul e UE

Para o setor têxtil, tratado de livre comércio dará folego para as exportações do país; setor foca nas vendas externas e pede novos acordos globais

Por Felipe Mendes Atualizado em 13 abr 2022, 18h00 - Publicado em 13 abr 2022, 17h50

O avanço do dólar frente ao real proporcionou uma situação favorável para a balança comercial do país. Diversos setores conseguiram se sobressair diante do cenário interno complexo e vislumbraram a retomada do crescimento apostando nas exportações. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a indústria têxtil. Combalida diante da pandemia de Covid-19, que colocou boa parte das pessoas em trabalho remoto e sem se preocupar com as vestimentas, o mercado se recuperou e registrou, em 2021, um avanço de 14% ante 2019, momento pré-pandemia. No primeiro bimestre deste ano, o país faturou 177 milhões de dólares com a exportação de produtos têxteis e de confecção sem fibra de algodão, alta de 36% frente a igual período do ano anterior. Para fazer esse bolo crescer cada vez mais, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) pede maior abertura comercial para o Brasil.

A principal alternativa para isso está no acordo de livre comércio fechado entre o Mercosul e a União Europeia em 2019. Mesmo que indústrias dos dois blocos estejam pedindo a ratificação do tratado, as negociações estão paralisadas neste momento. “Esta guerra que está acontecendo entre a Ucrânia e a Rússia pode abrir uma grande porta para o Brasil, à medida em que o acordo da União Europeia com o Mercosul seja posto em marcha. Imagino que isso aconteça em breve”, diz Fernando Pimentel, presidente da Abit. “O Brasil possui larga produção de alimentos, energia e tem transparência. Há, portanto, um grande interesse da nossa indústria para que o acordo com a União Europeia avance.”

O aumento das exportações, segundo Pimentel, deve-se ao maior volume de compras por parte dos países vizinhos e também devido a um problema que tem acometido o setor: a disparada do valor médio do frete por contêiner. Hoje, a Argentina é o principal destino das exportações do setor, com um volume de 44,9 milhões de dólares negociados nos dois primeiros meses deste ano. O país é seguido por Paraguai e Estados Unidos. “Nós nos beneficiamos dos problemas do frete, que teve o seu preço crescendo absurdamente. Um contêiner que custava em torno de 2.000 dólares passou a custar cerca de 20 mil dólares. E o frete do Brasil para os países vizinhos, como Colômbia, Paraguai e Argentina, é muito inferior”, ressalta ele. “Com a movimentação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia serão criadas grandes oportunidades de negócios comerciais, de investimentos e de inovação em pesquisa e desenvolvimento.”

Além da desvalorização cambial, outro fenômeno que explica as crescentes exportações do setor é o avanço de varejistas brasileiros focadas em moda para demais países da região. “Essa desvalorização cambial deu um impulso nas vendas externas. Na área de confecção, por exemplo, tivemos a ida de alguns varejistas para o mercado internacional, o que acabou puxando a produção local. As empresas têxteis brasileiras têm se ‘multinacionalizado’. Marcas importantes do mercado local estão indo ao mundo, instalando lojas e ampliando seu alcance na região por meio do e-commerce”, afirma Pimentel.

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