Indústria deve ter retração de 4,5% em 2015, prevê Fiesp
Ajuste fiscal, crise da Petrobras e forte aumento dos preços administrados, como energia, afeterão desempenho da economia este ano, diz entidade
A indústria brasileira deve sofrer retração de 4,5% este ano, após um tombo estimado em 1,8% no ano passado, segundo estudo inédito da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, nesta terça-feira. Já para o Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa é de queda de 1,7% este ano e de leve retração de 0,1% no ano passado.
Os números ruins para este ano são justificados por fatores como ajuste fiscal, a crise da Petrobras, o forte aumento dos preços administrados (energia e gasolina, por exemplo) e o aperto monetário promovido pelo Banco Central (BC), que reduziu a concessão de crédito.
Responsável por mais de 10% do investimento brasileiro, a Petrobras sofre com as denúncias da Operação Lava Jato, com a queda no preço do petróleo e a valorização do dólar. Com isso, a Fiesp ainda espera que a taxa de investimento do país recue 8,4% este ano, aprofundando um resultado que também deve ter sido bem negativo no ano passado, com baixa de 7,5%, na previsões da entidade industrial.
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Confiança – O Índice de Confiança da Indústria (ICI) deve continuar em queda. O dado, apurado na prévia da sondagem de março, ficou em 76,2 pontos, o que significa recuo de 8,2% em relação ao resultado final de fevereiro, que foi de 83,0 pontos. Caso a prévia se confirme, a confiança terá atingido o menor nível desde fevereiro de 2009 (75,4 pontos). No mês passado, o ICI caiu 3,4%.
(Da redação)