LONDRES, 10 Abr (Reuters) – As ações europeias atingiram nesta terça-feira sua mínima em 10 semanas, com novas preocupações sobre o crescimento da economia global e pressão sobre alguns países da zona do euro altamente endividados afetando ações cíclicas, com os gráficos de um importante índice de blue-chips mostrando espaço para ainda mais declínios.
O índice europeu de ações fechou em queda de 2,48 por cento, para 1.026 pontos, o mais baixo nível de fechamento desde o fim de janeiro. O indicador aponta recuo acumulado de mais de 7 por cento desde que atingiu, em meados de março, seu maior nível em oito meses, e está em terreno positivo em apenas 2,7 por cento no ano.
Os setores financeiro, automotivo, de mineração e de energia sustentaram a maior parte da liquidação que se seguiu ao feriado de Páscoa, reagindo aos fracos dados de emprego divulgados na sexta-feira nos Estados Unidos e aos que, nesta terça-feira, mostraram que a economia francesa não cresceu no primeiro trimestre.
Nos EUA, os empregadores criaram 120 mil postos de trabalho no mês passado, segundo informou o Departamento do Trabalho na sexta, no menor aumento desde outubro.
“Os investidores estão em um modo de fuga do risco, com os números sobre empregos nos Estados Unidos e a situação acerca da Espanha se tornando um pretexto para liquidação. Acredito que o mercado caia de 3 a 5 por cento nas próximas duas semanas”, afirmou o chefe de pesquisa do BNP Paribas Fortis Global Markets, Philippe Gijsels.
“Eu aconselharia os investidores a realizar mais alguns lucros. Se a bolsa cai de 10 por cento a 15 por cento, você pode começar a comprar de novo, já que você esperaria que os bancos centrais interviessem para ajudar o mercado”, completou Gijsels.
“Foco em setores defensivos como o farmacêutico e o alimentício e de bebidas, e em empresas que dão altos dividendos”, acrescentou a fonte.
Os problemas de dívida na Europa levaram os investidores a vender papéis de bancos, com o indicador do setor STOXX Europe 600 recuando pouco mais de 4 por cento.
Bancos da Itália foram uma âncora importante para o índice depois que o rendimento dos títulos do país subiu mais uma vez e levou o índice Ftse/Mib de Milão a cair quase 5 por cento.
Em LONDRES, o índice Financial Times caiu 2,24 por cento, a 5.595 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX baixou 2,49 por cento, para 6.606 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 3,08 por cento, a 3.217 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib declinou 4,98 por cento, para 14.458 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 caiu 2,96 por cento, a 7.433 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desceu 1,69 por cento, para 5.266 pontos.
(Reportagem de Atul Prakash)