Por Tiago Pariz
BRASÍLIA, 17 Jan (Reuters) – A indústria brasileira apresentou uma leve melhora, dando sinais de início de uma recuperação. Em novembro, a utilização da capacidade instalada (UCI), as horas trabalhadas e o faturamento cresceram em novembro em relação a outubro, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira.
“Parece que o período de maior dificuldade foi vencido, mas não dá para falar que houve retomada consolidada da atividade porque foi só um mês de dados positivos”, afirmou o gerente-executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco.
A UCI interrompeu dois meses de queda e subiu para 81,5 por cento em novembro, contra 81,4 por cento em outubro. Em novembro do ano passado, o indicador -considerado um antecedente de potenciais pressões inflacionárias- estava em 82,7 por cento.
O faturamento das empresas continuou em alta em novembro, subindo 2,2 por cento em relação a outubro, para 126,2 pontos. Trata-se do melhor dado desde fevereiro do ano passado, quando havia registrado 126,5 pontos.
Castelo Branco, afirmou que essa melhora pontual da indústria pode ser reflexo do afrouxamento monetário iniciado pelo Banco Central em agosto e pela expectativa que havia no penúltimo mês do ano de que o governo anunciaria medidas de estímulo ao consumo.
As horas trabalhadas também cresceram em novembro, mas num ritmo menor: 0,2 por cento em relação ao mês imediatamente anterior, para 107,3 pontos, maior nível desde setembro, quando estava em 108 pontos.
O emprego ficou estabilizado no mesmo patamar de outubro, na medição dessazonalizada, em novembro. Enquanto isso, a massa salarial real cresceu 4,8 por cento no período, resultado da alta do rendimento real médio, que foi de 5,3 por cento sobre o mês anterior. Esses dois últimos dados, diferentemente dos outros, não são dessazonalizados.
Castelo Branco citou o dado do IBC-BR, considerado uma prévia do PIB e divulgado na segunda-feira, mostrando forte retomada da atividade econômica.
“O dado veio muito forte porque se refere a toda atividade, com influência maior de outros segmentos, como do comércio”, afirmou o gerente-executivo da CNI. “Essa convergência de indicadores pode refletir a inflexão na política monetária que se iniciou em meados do ano”, acrescentou ele.
Para 2012, ele citou que, como houve crescimento da atividade do setor varejista, a indústria deve acompanhar esse movimento de maneira mais comedida. Castelo Branco lembrou que com a demanda maior do comércio, a indústria acelera sua atividade para a reposição dessa estoque.