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Índia e Paquistão perdem medo de fazer negócios

Por Da Redação
15 abr 2012, 06h15

Igor G. Barbero.

Nova Délhi, 15 abr (EFE).- A Índia e o Paquistão aproveitaram sua aproximação política para incentivar a relação comercial entre os dois países com a realização da maior feira dedicada a produtos paquistaneses em solo indiano desde a independência de ambas as nações, em 1947.

Cerca de 650 empresários de 100 empresas indianas expõem artigos de couro, têxteis, jóias, móveis, geleias e obras de arte na mostra ‘Estilo de Vida do Paquistão’, que começou nesta quinta-feira e vai até domingo em Nova Délhi.

Em fevereiro, ocorreu uma exposição parecida na cidade paquistanesa de Lahore. As duas iniciativas são uma tentativa de aumentar a reduzida troca comercial entre os dois países, que em 2010-2011 foi de apenas US$ 2,7 bilhões.

‘Nós, que não necessitamos de um intérprete para falar, podemos fazer muito mais e demonstrar que a Índia e o Paquistão decidiram abrir um novo capítulo para o bem-estar das gerações futuras’, disse o ministro indiano de Comércio, Anand Sharma.

A inauguração da mostra também contou com a participação do ministro da Economia do Paquistão e de representantes das câmaras econômicas dos dois países. Sharma classificou os recentes contatos comerciais como ‘os maiores desde a independência’ do império britânico.

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Para os empresários presentes na feira, a iniciativa é um passo inicial que pode abrir um mar de oportunidades inexploradas. Além disso, eles ficariam satisfeitos com eventuais reduções de tarifas e o fim de itens proibidos para importação e exportação.

‘Compartilhamos os mesmos valores, cultura, roupa, comida, música. Seria magnífico dirigir da Índia e comer em Lahore, ou que gente de Lahore fosse para Délhi’, explicou à Agência Efe Bahsir Mohomad, presidente de uma conhecida companhia de roupas paquistanesa.

Mohomad lembrou que nos anos imediatamente posteriores a divisão do subcontinente indiano, mais da metade do comércio dos dois países era feita entre ambas as nações. ‘Hoje esse número é de 1%, o que demonstra que não há comércio regional como na Europa’, lamentou.

Neste intervalo de tempo os dois países realizaram três guerras, duas delas pela região em disputa da Caxemira e outra que desembocou na secessão do Paquistão Oriental (atual Bangladesh).

A Índia e o Paquistão, únicas potências nucleares do Sul da Ásia desde finais da década de 1990, são além disso o primeiro e o terceiro compradores de armamento em escala mundial, respectivamente, e possuem a fronteira mais militarizada do planeta.

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Com o aumento da desconfiança, os contatos socioculturais foram reduzindo apesar de milhões de pessoas que vivem na Índia ou no Paquistão nasceram no país rival, do qual emigraram por uma razão religiosa.

‘Para conseguir confiança entre vizinhos os contatos interpessoais são muito importantes e uma feira como esta é a melhor plataforma’, declarou à Efe Farhana Ranjan, uma mulher indiana que disse estar aproveitando muito o evento.

‘Demos uma volta e vimos um material fantástico, gêneros de confecção muito exclusivos. Compramos bastante mas ainda não terminamos’, disse com um sorriso no rosto Farhana, que estava acompanhada de várias amigas.

Após mais de dois anos de desencontros, Índia e Paquistão retomaram em 2011 o processo de diálogo formal sobre ‘todos os assuntos’, o que tinha sido suspenso por Nova Délhi devido aos ataques à cidade indiana de Mumbai em 2008.

Em fevereiro, o governo paquistanês decidiu liberalizar o comércio com a Índia e gradualmente começou a abrir as portas para 1.209 produtos industriais, agrários e têxteis.

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E no fim de semana passado, o presidente do país, Asif Ali Zardari, realizou a primeira visita de um chefe de estado paquistanês à Índia em sete anos, na qual se reuniu com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e ambos concordaram em aumentar o máximo possível a relação entre os dois países. EFE

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