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Indefinição italiana traz temores à Eurozona

Por Por Christian Spillmann
26 out 2011, 14h44

O chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, chegou à Bruxelas nesta quarta-feira dizendo ter atingido um acordo com sua base aliada para cumprir as reformas exigidas pela Europa em troca de ajuda financeira, ao mesmo tempo em que crescem os temores de que a Itália siga o caminho da Grécia.

Berlusconi tem desesperado inclusive a seus partidários. Um de seus assessores o chamou de “Nero”, em referência ao imperador romano acusado de observar impassível Roma ser consumida pelas chamas.

“Ele está completamente desconectado da realidade. Sua obsessão é permanecer no poder”, lamentou no domingo um de seus interlocutores ao final da primeira reunião em Bruxelas.

Em uma carta de 15 páginas divulgada na terça-feira, Berlusconi se comprometeu a adotar rapidamente medidas para recuperar o crescimento.

A Itália precisa cumprir metas de austeridade para receber 60 bilhões de euros até 2014 que permitirão que o país reequilibre seu orçamento antes de 2013.

“Essas medidas são muito ambiciosas. Precisamos convencer aos mercados para que tenham disposição de colocá-las em pratica, mas ao mesmo tempo falta um consenso político no país para fazê-lo”, disse um funcionário europeu que pediu anonimato.

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“A verdadeira sanção e a dos mercados”, disse Olli Rehn, comissário de Assuntos Econômicos.

Sob uma pressão crescente, os líderes europeus se reunirão novamente na quarta-feira, após a maratona do fim de semana, para dar uma resposta convincente aos mercados e às economias mundiais, preocupadas com a expansão da crise da dívida.

Os temores de que a Itália, terceira economia europeia, seja a próxima vítima da crise têm ampliado a insegurança dos investidores. O governo de Berlusconi negociou com seu aliado, a Liga do Norte, uma ampla reforma do sistema previdenciário para aumentar a idade de aposentadoria.

Pressionado pela Alemanha e França, Berlusconi prometeu atuar para prolongar para 67 anos a idade necessária para se aposentar na Itália, com o objetivo de alinhar sua economia a dos outros países europeus.

Com uma dívida pública de mais de 1,9 trilhão de euros (aproximadamente 120% do PIB), a Itália está na mira dos mercados desde o verão diante da falta de credibilidade do governo, que prometeu equilibrar seu orçamento até 2013 através de medidas de austeridade.

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Roma deverá enviar “mensagens contundentes para evitar que o país se transforme na próxima Grécia”, disse um funcionário da União Europeia (UE).

Os países demonstram preocupação com a demora na tomada de decisões. O Japão exigiu na terça-feira que a Eurozona adote medidas para reduzir a agitação dos mercados, que tem provocado a elevação do iene.

Os líderes europeus se concentram em chegar a um consenso para aperfeiçoar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).

Para dar mais poder ao FEEF existem várias opções, algumas delas preveem o envolvimento do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Uma das propostas é que este mecanismo, atualmente dotado de 440 bilhões de euros, dê garantias aos titulares das dívidas, responsabilizando-se pelo empréstimo de até 30% das perdas em caso de quebra de algum país.

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Outra ideia debatida é do fundo funcionar como um veículo que atraia investidores privados e de países emergentes como a China.

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