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Incubadoras ou aceleradoras: qual é a melhor opção para expandir sua startup?

Empresas nascentes podem contar com ajuda para formatar melhor seus negócios e fazer contatos com investidores

Por Gabriel Ferreira
18 ago 2013, 12h12

A distância entre uma boa ideia e uma boa empresa é relativamente grande – e muitos empreendedores acabam se perdendo nesse caminho. Buscar ajuda para que o negócio saia do papel ou ganhe escala rapidamente pode fazer toda a diferença para uma empresa recém-criada. E para cumprir essa função, dois tipos de instituições podem ter papel crucial: as incubadoras e as aceleradoras. Elas atuam de forma um pouco diferente entre si e podem entrar em momentos distintos do processo, mas ambas possuem a missão de ajudar a fazer com que uma boa ideia se torne algo mais: um negócio viável e relevante.

Normalmente, as incubadoras são mais ligadas ao ambiente universitário. Boa parte das empresas que se desenvolvem nesse tipo de instituição surgiu de uma tese de mestrado ou doutorado que acabou revelando um produto comercialmente viável. “Em geral esse pessoal chega com muito conhecimento técnico e quase nenhum conhecimento de gestão de um negócio. Temos que ajudá-los a encontrar o caminho para transformar aquilo em algo comercialmente viável”, diz Davi Sales, assessor técnico da Inova Unicamp, incubadora ligada à universidade paulista. Foi o que aconteceu com a Solstício, que fornece sistemas para energia solar. Incubada na Inova, a empresa já passou por algumas mudanças em seu plano de negócios inicial. “Quando temos uma ideia ficamos muito presos a ela. Aqui vimos que podíamos abrir nosso horizonte e conquistar clientes que não eram nosso foco inicial”, afirma Gilberto Ivamoto, sócio da Solstício. O plano era atender somente clientes residenciais, mas, hoje, a área corporativa é que garante a maior parte do faturamento da companhia.

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As aceleradoras, por sua vez, normalmente lidam com empresas que já deram seus primeiros passos e mostraram a viabilidade de sua ideia. “De certa maneira, a incubadora pode ajudar a preparar uma empresa para as aceleradoras. Ela atua na formatação inicial da companhia, que depois vai descobrir formas de ganhar escala”, diz Tony Chierighini, diretor-executivo da incubadora Celta, de Santa Catarina. O interesse das aceleradoras por negócios um pouco mais desenvolvidos está relacionado ao fato de esse tipo de instituição ganhar uma participação na empresa, que varia conforme o caso. “Precisamos de quem já tem alguma coisa para mostrar, porque, diferente da incubadora, nosso lucro depende do sucesso das empresas em que investimos”, diz Pedro Waengertner, fundador da aceleradora paulista Aceleratech.

Na prática, as aceleradoras funcionam como investidores que, além do apoio financeiro, atuam também na formatação do negócio para que ele ganhe escala mais rapidamente, com consultorias, cursos e organização de eventos para facilitar o networking. “É um trabalho que exige dedicação total do empreendedor. Só assim para fazer com que a empresa se desenvolva, em média, três vezes mais rápido do que aconteceria sem nosso apoio”, afirma Waengertner. O tempo que uma empresa fica sob a tutela da aceleradora varia conforme a proposta da instituição, mas dificilmente ultrapassa os seis meses. Nas incubadoras, os projetos são de longo prazo e podem chegar a cinco anos.

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Em comum, tanto as aceleradoras como as incubadoras permitem a criação de relacionamentos que dificilmente surgiriam em outras circunstâncias. “Se não estivéssemos incubados, o fundo Criatec, que fez um aporte em nossa empresa recentemente, não teria nos conhecido”, diz Ricardo Ramos, presidente da Nanovetores, empresa de nanotecnologia incubada na Celta. Além do contato com os investidores, o ambiente costuma ser próprio também para a criação de parcerias. “Fechamos dois negócios importantes com outras empresas que já tinham passado pela aceleração”, afirma Breno Moraes, sócio da Brasil by Bus, site de venda de passagens de ônibus acelerado pela Aceleratech.

Algumas aceleradoras auxiliam até mesmo no estabelecimento de contatos internacionais. É o que acontece na Outsorce Brazil, que busca apresentar suas empresas ao universo do Vale do Silício. “Procuramos capacitar esses empreendedores para negociarem com investidores estrangeiros de igual para igual”, diz Robert Janssen, fundador da aceleradora.

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Além da tecnologia – Normalmente, as empresas que se beneficiam de instituições como as aceleradoras e incubadoras estão relacionadas de alguma forma à tecnologia. Mas há alternativas também para quem atua em outras áreas. É o caso da aceleradora carioca Experimental Ad/venture, que busca empresas com projetos na área de economia criativa. “Vimos que aquela tradição americana, do Vale do Silício, podia se adaptar muito bem a um tipo de empresa que tem muito mais a cara do Brasil”, afirma Marllon Calaes, fundador da aceleradora. Entre as empresas que já passaram pela instituição estão algumas que ganham destaque em suas respectivas áreas, como a Viralata, de projetos audiovisuais, e a Neotrip, que atua no segmento de educação.

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Estímulo – Um projeto que pode funcionar como incentivo para a popularização das aceleradoras no país, caso seja bem orquestrado, é o Start-Up Brasil, divulgado no final do ano passado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. A iniciativa tem como objetivo acelerar e investir cerca de 8 milhões de reais em empresas em estágio inicial. Apesar de positiva, a medida ainda é vista com algumas ressalvas por especialistas no setor. “Ainda é muito pouco perante as necessidades que o Brasil tem de desenvolver o empreendedorismo”, afirma Sales, da Inova Unicamp. Além disso, o projeto recebe críticas de empreendedores por ter regras de seleção não muito claras e por não dar um retorno adequado sobre o que fez um projeto ser escolhido em detrimento de outro. “Toda iniciativa em prol do empreendedorismo é muito válida, mas isso é ainda muito recente, está em fase de testes. Precisamos ver como essas políticas vão se desenvolver na prática”, diz Calaes, da Experimental.

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