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Inadimplência cai durante a crise, mas aumento do endividamento é esperado

Com o fim do auxílio emergencial, que ajudou na queda de devedores, famílias devem recorrer ao crédito para planejamento financeiro

Por Larissa Quintino Atualizado em 7 jan 2021, 18h11 - Publicado em 6 jan 2021, 15h03

A pandemia do novo coronavírus trouxe grandes desafios para a economia com a restrição de atividades e consequentemente uma queda da demanda. O impacto nos serviços, junto ao aumento da taxa de desemprego, causou um temor de aumento da inadimplência. O que se viu, entretanto, não foi uma explosão dessa taxa e sim uma diminuição. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 6, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o total de famílias brasileiras com dívidas ou contas em atraso apresentou a quarta redução consecutiva, caindo de 25,7%, em novembro, para 25,2%, em dezembro. O efeito do auxílio emergencial, somado à diminuição forçada de gastos com serviços, colocou mais dinheiro na mão das famílias e, com isso, a inadimplência caiu. O cenário para o início de ano, entretanto, é desafiador devido à descontinuidade das medidas de socorro emergencial do governo, aliado ao aumento de casos de coronavírus. Com isso, é esperado um aumento no endividamento.

Segundo Izis Ferreira, economista da CNC, é possível que haja um repique da inadimplência no início do ano devido à queda na renda das famílias mais pobres, com o fim do auxílio emergencial. A entidade, entretanto, prevê um aumento no protagonismo do crédito em 2021 como maneira de fomentar a continuidade do consumo e a recuperação da economia. Assim, o endividamento deve crescer, mas não é esperada uma grande disparada nos indicadores de inadimplência. “O crédito pode voltar a funcionar como ferramenta de recomposição da renda, ainda no contexto de incertezas sobre a evolução do mercado de trabalho. O momento, apesar dessa incerteza, ainda se mostra bom para a contratação de crédito porque as taxas de juros estão baixas, favorecendo a renegociação de dívidas ou até mesmo a contratação de novas linhas para uma tomada de fôlego”, diz ela.

De acordo com a economista, o momento de crise não deve estimular a contratação de crédito desenfreada, e sim uma tomada mais consciente, e, por isso, sustenta a análise de que a inadimplência não deve disparar. “Esse é o momento do sistema financeiro ajudar na retomada da economia. Não há espaço fiscal no orçamento público para medidas de estímulo, mas há muito estoque de crédito no mercado”, afirma. Segundo dados do Banco Central, em novembro, o total de operações de crédito atingiu 53% do PIB. O estoque total de operações chegou a 3,9 trilhões de reais no período.

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A tendência de aumento do endividamento já pode ser vista em dezembro, apesar de ressalvas sazonais. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da confederação apontou que 66,3% dos consumidores estão endividados, a primeira alta após três recuos consecutivos. No comparativo anual, o indicador registrou aumento de 0,7 ponto percentual. Com relação aos tipos de dívida, a proporção de brasileiros que utilizam o cartão de crédito voltou a crescer, alcançando 79,4% das famílias – a maior taxa desde janeiro de 2020 – mantendo-se como a principal modalidade de endividamento. Além do cartão de crédito, o cheque especial também aumentou a sua participação entre as famílias endividadas. Essas duas modalidades de crédito estão associadas ao consumo imediato, ou seja, os gastos de fim de ano com festas e presentes.

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