Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

IGP-10 desacelera em janeiro e deve manter declínio

Por Da Redação
17 jan 2012, 13h36

Por Rodrigo Viga Gaier e Vivian Pereira

SÃO PAULO, 17 Jan (Reuters) – A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) desacelerou a 0,08 por cento em janeiro, a menor taxa desde julho do ano passado, após alta de 0,19 por cento em dezembro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira.

Apesar do recuo, em comparação com os outros IGPs (o IGP-M e o IGP-DI), surgiram os primeiros sinais de pressão sobre a inflação e, ao contrário de seus pares, o IGP-10 não se manteve no terreno negativo.

“A comparação mais normal e correta é com a mesma leitura do mês anterior, mas o IGP-10 teve uma desaceleração que outros IGPs já tinham mostrado, e ao se olhar na ponta se vê que a desaceleração não foi tão forte assim”, disse o economista da FGV Salomão Quadros.

Continua após a publicidade

“O fator novo dentro do ciclo de IGPs é a pressão agrícola, em especial da soja. A saída do IGP do terreno negativo não altera o panorama de inflação baixa nesse começo de ano. Não há pressão generalizada e só de algumas culturas agrícolas”, acrescentou.

Entre os componentes do IGP-10, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,27 por cento em janeiro, contra deflação de 0,03 por cento em dezembro. O IPA industrial passou de leve alta de 0,01 para recuo de 0,53 por cento, enquanto o IPA agropecuário reverteu a queda de 0,12 para elevação de 0,44 por cento.

MINÉRIO DE FERRO

Continua após a publicidade

Os grupos que mais contribuíram para a deflação mais forte do IPA em janeiro foram alimentos processados, combustíveis e matérias-primas brutas agropecuárias e minerais.

As principais quedas individuais de preços no atacado foram de minério de ferro (-6,04 por cento), bovinos (-3,85 por cento) e carne bovina (-3,06 por cento). Já as maiores altas foram de mandioca (9,5 por cento), banana (13,42 por cento) e soja em grão (1,29 por cento). “A entressafra de bovinos acabou e entre novembro e dezembro as carnes tiveram um repique que não era sustentável”, disse Quadros.

“O minério de ferro caiu no mercado internacional e, no caso dos combustíveis, o aumento da CIDE da gasolina para o produtor ficou para trás”, afirmou o economista. “O álcool também foi favorecido pela redução da mistura da gasolina e aumentou a oferta, embora a situação não seja ainda confortável”, apontou, lembrando que os preços da gasolina passaram de alta de 9,9 por cento em dezembro para estabilidade em janeiro e os do álcool recuaram 2,31 por cento, ante elevação de 1,61 no mês de dezembro.

Continua após a publicidade

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,92 por cento, frente a elevação de 0,65 por cento no mês passado. Contribuíram para o aumento os grupos Educação, Leitura e Recreação, com alta de 1,92 por cento, e Alimentação, com incremento de 1,77 por cento.

“Podemos esperar uma inflação acima de um por cento nos demais IGPs”, previu Quadros. “Os focos vêm da educação e dos alimentos. É um período de alta sazonal e concentra no primeiro bimestre. Depois, o varejo deve ter taxas bem menores.”

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,43 por cento, após elevação de 0,53 por cento antes, com o item mão de obra diminuindo o ritmo de alta para 0,56 por cento no período, contra 0,81 por cento anteriormente.

Continua após a publicidade

Em 12 meses, o IGP-10 acumula alta de 4,90 por cento e mantém a trajetória de desaceleração iniciada no começo de 2011. Segundo a FGV, há espaço para a continuidade desse movimento ao longo deste semestre. “Pelo menos nos próximos 2 meses isso é garantido, até porque tivemos no ano passado taxas elevadas, que não vão se repetir neste ano”, disse Quadros. Ele lembrou que, em fevereiro de 2011, o IGP-10 foi de 1,03 por cento e, em março, de 0,84 por cento.

NOVAS PONDERAÇÕES

A partir de fevereiro, entram em vigor as novas ponderações do IPC.

Continua após a publicidade

As mudanças nos pesos dos grupos e dos itens está diretamente ligada as alterações de ponderações promovidas pelo IBGE para o IPCA, índice de inflação oficial do país, usado no sistema de metas de inflação do governo. A FGV também baseou suas mudanças na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009, elaborada pelo IBGE.

Na semana passada, o IBGE revelou os novos pesos do IPCA e, entre as mudanças estão a maior relevância para grupos como transportes e habitação e uma perda de peso para o grupo educação, que normalmente pressiona os índices de preços no começo de cada ano.

As mudanças no IPCA já começam a ser incorporadas a partir da pesquisa de janeiro ao passo que os IGPs da FGV só começam a capturar as alterações nas divulgações de fevereiro.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.