Bolsonaro estraga ‘trade Tarcísio’ e Ibovespa derrete com mercado precificando vitória de Lula em 2026
Faria Lima tinha Tarcísio de Freitas como 'candidato favorito', afirma analista ouvido por VEJA
O Ibovespa encerrou em forte queda nesta sexta-feira, 5, trazendo volatilidade para o investidor. Segundo analistas ouvidos por VEJA, a baixa acontece após o ex-presidente, Jair Bolsonaro, indicar o filho Flávio Bolsonaro (PL) como pré-candidato à presidência da República em 2026.
No fim do pregão, o Ibovespa derreteu 4,31%, a 157.369,36 pontos. Já o dólar disparou 2,44%, aos 5,439 reais. Segundo Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, a escolha do Flávio Bolsonaro para ser candidato a presidente é ruim para o centro, que trabalhava pela candidatura do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
De acordo com Conde, o mercado esperava que Tarcísio escolhesse um vice que pudesse trazer votos do centro. “Eu esperava Zema (Minas Gerais), Caiado (Goiás), Ratinho Júnior (Paraná) e até mesmo Raquel Lyra (Pernambuco)”, diz Conde.
Na visão de Conde, o mercado enxerga que Flávio poderia dividir os votos da direita e centro e fortalecer Lula no segundo turno. Mesmo assim, o analista da Levante acredita que o anúncio pode ser uma maneira de testar o nome de Flávio em pesquisas eleitorais e verificar se há transferência de votos do pai para o filho.
Conde também não descarta a possibilidade de Bolsonaro usar essa tentativa para conseguir colocar alguém da família e de confiança como vice em uma chapa da centro-direita, provavelmente com Tarcísio como candidato.
“Em ambos os casos, considero ruim para a candidatura de Tarcísio, porque as pesquisas indicam que boa parte dos eleitores quer alguém que não tenha o sobrenome Bolsonaro”, explica. O clã, segundo ele, perdeu força após Eduardo Bolsonaro defender o tarifaço de 50% de Trump ao Brasil e Bolsonaro ser condenado e preso pela trama golpista.
Para Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, a candidatura de Flávio é vista como “muito ruim” pelo mercado. Conforme Lage, ela pode facilitar a vitória do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A tarde desta sexta-feira foi apreensiva na Faria Lima, o mercado cogita até uma vitória de Lula no primeiro turno se Flávio de fato disputar a eleição”, conclui Lage.
Artur Horta, analista da The Link Investimentos, diz que o maior peso para o mercado é digerir que a vitória de Lula pode estar praticamente garantida se Flávio Bolsonaro for candidato à eleição. “Se Lula for reeleito, devemos continuar com a trajetória de cenário fiscal frágil, por isso o mercado tinha Tarcísio como candidato favorito, por ser mais competitivo”, reforça.
Investidor deve manter a calma
No entanto, Horta comenta que o investidor deve manter a cautela. Ele estima que a Bolsa pode registrar novas quedas no curto prazo devido ao temor político. No entanto, ele reforça que os fundamentos do Ibovespa, que bateu recordes nos últimos dias, devem continuar.
Segundo ele, as perspectivas do mercado acionário se ancoram na queda dos juros e nos resultados financeiros das companhias, que foram positivos nos balanços do terceiro trimestre de 2025. “A política não vai mudar trajetória de queda da Selic e muito menos os lucros das nossas empresas”, conclui Horta.
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