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HSBC pode ser alvo de investigações por fraude fiscal na Suíça

Autoridades dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha tentam determinar se o 2º maior banco do mundo ajudou cidadãos dos dois países a sonegar impostos

Por Da Redação
10 fev 2015, 12h37

O banco HSBC poderá ser alvo de uma investigação de autoridades americanas e de um inquérito de parlamentares britânicos após admitir falhas que podem ter permitido alguns clientes de sua unidade suíça de private bank a sonegar impostos. No fim de semana foram publicadas reportagens na imprensa de todo o mundo afirmando que o banco havia ajudado clientes ricos a ocultarem milhões de dólares em ativos, com base em dados difundidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

Promotores dos Estados Unidos vêm intensificando os esforços para determinar se o HSBC, o segundo maior banco do mundo, ajudou cidadãos do país a fraudar impostos. Autoridades americanas também estão checando se o HSBC manipulou taxas de câmbio. Um oficial do setor de investigações dos EUA que não quis se identificar disse, na segunda-feira, que a apuração do caso poderia levar o Departamento de Justiça a rever o acordo feito em 2012 com o banco para que ele não fosse processado.

O acordo era parte de um acerto de 1,9 bilhão de dólares que permitiu ao HSBC escapar de ser processado criminalmente depois que as autoridades descobriram que o banco havia ajudado a movimentar centenas de milhões de dólares em dinheiro do tráfico de drogas por intermédio do sistema financeiro dos EUA.

Em paralelo, parlamentares britânicos também disseram que planejam abrir um inquérito sobre o banco depois das revelações, ainda que as informações datem de 2005 a 2007. O banco reconheceu sua responsabilidade por falhas no cumprimento de normas e controles no passado, mas reiterou que “tomou passos significativos para implementar reformas e expulsar clientes que não atendiam aos padrões HSBC”.

A instituição disse ainda que seu braço suíço não havia sido totalmente integrado à instituição, após sua compra em 1999, o que fez com que persistissem padrões “significativamente mais baixos” de conformidade e checagens nos serviços. Vale ressalvar, porém, que não é ilegal abrir uma conta bancária na Suíça e muitas delas são mantidas para fins legítimos.

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Na lista de clientes que o HSBC suíço teria ajudado a esconder seu dinheiro para não pagar impostos estão, por exemplo, governantes e membros da realeza, como o rei do Marrocos, Mohammed, políticos, executivos de empresas, incluindo o ex-presidente do Santander Emilio Botín, que morreu no ano passado, e famílias ricas, disse o ICIJ. Um porta-voz do palácio real marroquino não quis comentar. O jogador uruguaio de futebol Diego Forlán, incluído na lista, negou na segunda-feira ter sonegado impostos ocultando dinheiro em contas do HSBC na Suíça.

Os documentos também relacionam traficantes de armas, pessoas ligadas a ex-ditadores e traficantes dos chamados diamantes de sangue, e vários indivíduos na atual lista de sanções dos EUA, incluindo Gennady Timchenko, ligado ao presidente russo, Vladimir Putin. O Grupo Volga, de Timchenko, não quis fazer comentários.

Investigação – Batizada de “SwissLeaks”, a revelação veio à tona após o ICIJ enviar para mais de 40 veículos de comunicação ao redor do mundo dados secretos levantados pelo técnico de informática Hervé Falciani, ex-funcionário do banco HSBC em Genebra, que estavam em posse da Justiça e órgãos fiscais de diversos países. Os documentos são apenas uma parte do que seria o sistema bancário suíço, duramente criticado por autoridades de todo o mundo por permitir a existência de contas secretas, uma espécie de “buraco negro” no sistema financeiro internacional.

Em entrevista ao jornal Le Parisien, Falciani disse que os dados que os 106.000 nomes de clientes a que jornalistas tiveram acesso é apenas à “parte visível do iceberg”, ao ser questionado sobre o número de 106.000 clientes. “A administração fiscal (francesa) teve muito mais acesso”, afirma. Falciani está sendo procurado na Suíça por violação do sigilo bancário.

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(Com agência Reuters e France-Presse)

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