Haddad diz que governo pode rever projeção para PIB mais uma vez neste ano
Ministério da Fazenda aumentou a projeção para 3,2% no ano passado. Ministro afirmou que, no longo prazo, país deve ter crescimento médio de 2,3%
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 14, que o governo pode revisar mais uma vez a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano.
“Tem um conjunto de projetos de investimento que estão represados há muito tempo, com altas taxas de retorno, com oportunidades à vista de todos, com interesse internacional sobre o Brasil, sobretudo em função até dos problemas que o mundo está enfrentando. Certas regiões do globo passam a receber uma atenção especial e também em função de vantagens competitivas que têm a ver com a nossa matriz, nossa matriz produtiva em geral e nossa matriz energética em particular”, disse. “Talvez tenhamos que rever a previsão de crescimento este ano, mesmo com choques”, acrescentou.
No mês passado, o Ministério da Fazenda subiu de 2,5% para 3,2% a estimativa de crescimento da economia neste ano. Segundo o ministro, há surpresas positivas na economia brasileira. O índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou hoje uma expansão de 0,23% em agosto, acima da expectativa do mercado, que era de uma variação nula no período.
“Para mim, não tem por que não mirar uma taxa de crescimento na média mundial”, disse o ministro durante o evento Macro Day, do Itaú BBA. “Se continuarmos uma agenda positiva, podemos mirar um crescimento médio de 2,5% sem nenhum risco de desequilíbrio importante”, afirmou sobre as projeções futuras.
Sobre a inflação, Haddad disse que o índice deve ficar dentro da banda de tolerância da meta, de 4,5%, apesar do que chamou de choques recentes, como a estiagem e seu impacto em alimentos e na conta de energia.
Sobre a desancoragem da expectativa de inflação, o ministro afirmou que a partir do momento que o mercado perceber a consistência do arcabouço fiscal, “as expectativas voltam a se alinhar com o que a economia real está demonstrando”.
O ministro reafirmou ainda o compromisso do governo com o arcabouço, isto é, que não haverá alteração dos parâmetros propostos. “Eu não vejo outro caminho para o Brasil que não seja o de calibrar uma trajetória consistente em que a receita cresça acima do PIB e a despesa cresça abaixo do PIB, para reequilibrar as contas públicas num patamar que já foi considerado aceitável por toda a sociedade”, afirmou o ministro.