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Guerra fiscal aproxima-se do esgotamento, diz Mantega

Ministro da Fazenda defenda no Senado a unificação da alíquota interestadual do ICMS para 4% e a mudança no indexador da dívida dos estados

Por Da Redação
4 dez 2012, 15h24

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a guerra fiscal atingiu seu esgotamento. Por isso, o Palácio do Planalto está propondo a unificação da alíquota de ICMS interestadual para 4%. “Ela (guerra fiscal) prejudica a todos. Há mais desvantagem que vantagens e temos de substituí-la por outros mecanismos dentro da lei”, defendeu durante audiência pública no Senado para discutir a reforma do tributo.

Segundo Mantega, as empresas estão deixando de investir em razão das incertezas trazidas pelos incentivos gerados com a guerra fiscal. Na avaliação dele, é preciso que o ICMS facilite a circulação das mercadorias. “Reformar o ICMS é dar condição para que empresários e produtores possam aumentar sua produção”, defendeu.

Ele acrescentou que não há motivos para comparar a proposta de unificação da alíquota interestadual de ICMS com a Lei Kandir, que compensou os estados pela desoneração das exportações. “Isso não tem nada a ver com a Lei Kandir”, rebateu.

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A proposta da União é reduzir as alíquotas de ICMS, de 12% e 7% atualmente, para 4%, de forma gradativa, em oito anos. Além disso, o governo federal compromete-se a compensar as perdas de arrecadação dos estados com a criação do Fundo de Compensação e do Fundo de Desenvolvimento Regional.

Mantega disse que é importante que haja um acordo de convalidação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para apaziguar dúvidas e dar tranquilidade ao futuro. Muitas medidas de guerra fiscal foram consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e precisam ser convalidadas pelo Confaz para garantir a segurança jurídica das empresas que usufruíram dos benefícios.

Dívida dos estados – O ministro afirmou também que não gostaria de mudar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas prometeu apresentar nos próximos dias uma proposta de mudança no indexador que corrige a dívida dos estados com a União. “Temos receio de mexer nesta instituição (LRF), que foi muito importante para as finanças públicas. Estamos procedendo a mudança do indexador. É um compromisso meu trazer aqui nos próximos dias um indexador menor para as dívidas. As dívidas vão crescer menos, mas não resolve o momento presente, no qual os estados querem investir mais”, afirmou na CAE do Senado.

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A declaração foi em resposta ao senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que propôs destinar 20% do pagamento mensal da dívida dos estados a gastos com investimentos. “Gostaria que o senhor ‘agasalhasse’ esta proposta”, disse o senador. Mantega argumentou que é preciso buscar outro caminho. “A União tem buscado melhorar a capacidade de investimento dos estados por meio do PAF (Programa de Ajuste Fiscal), que tem dado reiteradamente espaços fiscais maiores”, completou.

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“Neste ano foram liberados 58 bilhões de reais, que foram de acordo com a demanda e a situação fiscal sólida dos estados”, disse o ministro. “Confesso que não gostaria de mexer na LRF para mudar o indexador. Não é necessário fazer isso”, completou.

Novo indexador – Ainda durante a audiência, Mantega comentou que considera a Selic (a taxa básica de juros da economia) o indexador mais conveniente para trocar o indexador que corrige a dívida do estados com a União. Hoje, a dívida é corrigida pelo IGP-DI mais 6%, 7,5% ou 9%. O ministro afirmou, no entanto, que alternativas estão em estudo no Ministério da Fazenda.

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“Vamos fazer a mudança. A primeira definição era Selic. É o mais conveniente dos indexadores. A Selic é a metade do que é hoje (o indexador). Mas há outras alternativas e estamos trabalhando no Ministério. Teremos uma definição até o final de semana ou na semana que vem”, afirmou.

Mantega disse que é possível, inclusive, colocar uma “trava” limite para a correção da dívida, de modo a evitar que uma volta da alta da Selic tire as vantagens da mudança. Ele disse que o IPCA não está descartado. “Se IPCA ou Selic, estamos examinando”, afirmou, em resposta ao senador Armando Monteiro Neto que sugeriu que o indexador fosse trocado pelo IPCA.

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Por outro lado, ele descartou a proposta do senador Lindberg Faria (PT-RJ) colocar a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) como indexador das dívidas estaduais.

(com Estadão Conteúdo)

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