Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Guedes pôs limites para ficar no cargo, após quase serem ultrapassados

Ataques a familiares e apoio de Bolsonaro são condicionantes para que o ministro não peça demissão

Por Victor Irajá Atualizado em 18 out 2021, 13h18 - Publicado em 18 out 2021, 12h21

O ministro da Economia, Paulo Guedes, traçou limites para o quanto de críticas e ataques políticos está disposto a aguentar e permanecer no governo. O burburinho em torno de uma possível demissão ganhou as redes durante o fim de semana. A pessoas próximas, ele tem demonstrado descontentamento em como a revelação de ter conta no exterior, o que não é ilegal, vem sendo usada politicamente por oposicionistas e por congressistas que ganhariam com o enfraquecimento do Ministério da Economia.

O limite pessoal de ataques que considera parte do jogo, porém, está em âmbito familiar. “Quando começam a falar o nome da minha filha, me dá vontade de ir embora”, disse o ministro a pessoas próximas, a respeito de envolverem no caso a sua filha, Paula Drumond Guedes, e sua mulher, Maria Cristina Bolivar Drumond Guedes, acionistas da offshore que o ministro mantém nas Ilhas Virgens Britânicas.

Guedes argumenta que não precisa do emprego de ministro e que, além do aspecto pessoal, coloca como variável sobre sua manutenção no cargo o nível de apoio do presidente Jair Bolsonaro e do Congresso Nacional em torno de seus projetos. Até o momento, Guedes mantém respaldo por parte de Bolsonaro. O presidente vê nele o último elo entre o governo e o mercado financeiro, e não estaria disposto a demiti-lo para chancelar um nome que afastasse ainda mais os donos do capital de seu governo. Com a popularidade em baixa, o presidente não quer arriscar perder mais apoio. A principal resistência à demissão do ministro envolve as dificuldades para um possível sucessor. Apesar de nomes como os de Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual e que foi secretário de Tesouro até 2020, além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terem sido aventados como possíveis substitutos do ministro, Bolsonaro mantém-se fiel ao seu Posto Ipiranga por duvidar que os pleiteados aceitassem a empreitada.

O principal risco de ruptura, no entanto, estaria na outra ponta. “Nas eleições, o presidente dizia que me apoiava em 99% dos casos. Eu dizia a ele que o apoio girava em torno de 60%. Hoje, está em 51%. Se chegar a 49%, não tenho mais o que fazer aqui”, repete o ministro aos secretários. O ministro, porém, resiste na articulação política por meio de uma estratégia de concessões e pedidos ao Congresso Nacional, como mostra reportagem de VEJA, condicionando o apoio a pautas de interesse de deputados e senadores à aprovação de medidas que arrumem o cenário fiscal. “Se estou atrapalhando o populismo, vou embora”, desabafa ele.

Guedes considera as convocações para depor na Câmara e no Senado uma estratégia para dificultar a aprovação de seus projetos, como a PEC dos Precatórios e a reforma do Imposto de Renda. A partir da aprovação desses dois projetos, diz ele, seria possível dar vazão ao aumento do Bolsa Família em 60%, o grande objetivo do governo para os próximos meses.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.