Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Guedes entre novo confronto e a dependência do STF

Dependendo de Luiz Fux para dar vazão a uma solução sobre os precatórios, ministro ataca matéria já julgada pela Corte

Por Victor Irajá Atualizado em 7 set 2021, 17h59 - Publicado em 6 set 2021, 16h19

Ao mesmo tempo que conta com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, para uma solução jurídica que abra espaço dos precatórios no orçamento, o Ministério da Economia arranjou mais uma frente de disputa com a Suprema Corte, tudo isso em um momento de instabilidade do Executivo com o outro poder. Guedes sugeriu ao presidente Bolsonaro a edição de uma medida provisória para extinguir o adicional de 0,2% sobre a folha de salários das empresas urbanas e rurais destinado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra. Alíquota essa que recentemente fora tratada como constituicional pelo Supremo. 

Em 7 de abril, o STF decidiu que a cobrança era constitucional e deveria ser mantida. Na ocasião, o relator, ministro Dias Toffoli, decidiu que, como o Incra teria como objetivo a defesa da reforma agrária e da função social da propriedade, além da mitigação das desigualdades regionais e sociais, a cobrança tinha razão de ser. A votação foi decidida por 7 votos a 4. Guedes, portanto, tenta reverter por medida provisória algo que está pacificado como constitucional pela Suprema Corte, enquanto espera de Fux, que também é presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma solução para tornar os gastos com precatórios mais previsíveis. O ministro da Economia vem repetindo que os precatórios tornam inexequível o Orçamento do ano que vem, com a conta de 90 bilhões de reais para pagamentos em 2022.

No caso da MP que trata do Incra, o Ministério da Economia calculou o valor de 1,5 trilhão de reais de custos adicionais, equivalente a 22% do Produto Interno Bruto (PIB), incorridos pelas empresas brasileiras em virtude de disparidades e assimetrias do ambiente de negócios nacional, em comparação com a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE. “O adicional de 0,2% incidente sobre o total de remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos trabalhadores segurados, nos setores urbano e rural contribui para encarecer o custo da contratação de mão de obra”, defende a minuta, ainda inacabada, assinada por Guedes. É uma aposta em algo primordial para o ministério: baratear os custos de contratação e manutenção de funcionários para fomentar a criação de vagas e o combate ao desemprego. 

Apesar disso, o momento não parece oportuno, agora que necessita do Judiciário para resolver o problema do Orçamento de 2022. O texto, vale dizer, ainda não saiu das gavetas do Ministério da Economia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.