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Guarulhos completa 30 anos ainda com a imagem de ‘bagulhos’

Mesmo privatizado, Cumbica tem a pior nota entre os demais aeroportos brasileiros avaliados pela SAC; melhorias podem levar até dez anos para serem incorporadas

Por Naiara Infante Bertão
20 jan 2015, 10h22

O Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, em Guarulhos (SP), completa 30 anos de operação nesta terça-feira. Na data que, para muitos, é sinônimo de crise de identidade, o maior aeroporto da América Latina está longe de conseguir superar seus problemas operacionais. Para muitos viajantes que decolam e aterrissam em seus terminais, apesar das melhorias pós-privatização, Guarulhos ainda é ‘bagulhos’.

Depois de quase dois anos em que sua administração foi entregue à iniciativa privada, é possível ver avanços, como as reduções nas filas de check in e o melhor aproveitamento do espaço. Mas alguns problemas operacionais ainda persistem. No último Relatório Geral dos Indicadores de Desempenho Operacional, a Secretaria de Aviação Civil (SAC), referente ao terceiro trimestre do ano passado, o aeroporto recebeu a menor pontuação em 20 dos 46 itens avaliados nos aeroportos de todo o país. Entre eles estão: tempo de fila da inspeção de segurança, painéis de informação de voos, cordialidade dos funcionários e integridade da bagagem. Não à toa, no índice geral, Guarulhos teve a pior nota entre os 15 aeroportos avaliados: 3,46 de 5,00 pontos máximos.

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Ainda que nos levantamentos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os indicadores apontem queda nos números de queixas em relação a Guarulhos, técnicos da Agência que pediram para ter seus nomes mantidos em sigilo afirmaram que os passageiros passam por uma situação de resignação em relação ao aeroporto. “Sabem que reclamar não tem adiantado muito. Por isso estão desistindo. São muitos anos de reclamações e as melhoras são apenas pontuais”, afirma uma das fontes.

Desde que a GRU Airport, concessionária vencedora do leilão em 2012 assumiu a gestão do aeroporto, a área de terminais dobrou, passando de 191.540 metros quadrados para 387.109 m2. A capacidade de passageiros saltou de 30 para 42 milhões por ano, a capacidade dos pátios de aeronaves elevou-se de 79 posições para 123 e os balcões de check in de 320 para 448. A concessionária, formada pela Invepar (51%) e a Infraero (49%) também ampliou seu espaço de estacionamento, de 3,9 mil para 8 mil vagas, e o número de lojas, de 102 para 239, o que aumenta sua capacidade de gerar receita.

Ao site de VEJA, o presidente da GRU Airport, Antonio Miguel Marques, disse que a percepção dos passageiros vai melhorar após as obras de modernização dos Terminais 1 e 2, locais que concentram os maiores fluxos de pessoas. “Temos certeza que os novos investimentos devem trazer ainda mais eficiência operacional e qualidade nos serviços prestados, o que impacta diretamente na sensação de conforto e segurança de nossos clientes”, afirma o executivo. A previsão é terminar no segundo semestre de 2016 a reforma nos dois terminais.

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Saltar de um serviço de baixa qualidade para outro de padrões internacionais é tarefa demorada, aponta Alexandre de Barros, ex-diretor da Anac e atual professor da Universidade de Calgary (EUA). “Alguns problemas persistem por serem inerentes ao projeto dos terminais existentes, mas esses só poderão ser resolvidos com uma reforma completa desses terminais, o que é um enorme desafio em um aeroporto saturado”, disse ao site de VEJA.

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Estimativas do professor da área de infraestrutura aeroportuária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Respicio Espirito Santo, projetam que os clientes só experimentarão produtos e serviços de nível realmente superior a partir do 4º ou 5º ano de concessão. “Isso vale para todos os aeroportos e não apenas para Guarulhos. Este é o tempo aproximado que devem ficar evidentes as mudanças de pessoal, os equipamentos e tecnologias introduzidos, as novas infraestruturas construídas, a abertura de novas áreas comerciais e as parcerias firmadas com as empresas aéreas e novos stakeholders”, diz. Segundo ele, os grandes saltos de qualidade, eficiência e modernidade só devem estar totalmente amadurecidos no 10º ano de concessão. Ou seja, se tudo correr bem, Guarulhos só deixará de ser, realmente, ‘bagulhos’ em 2022.

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