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Greve dos caminhoneiros aumenta preço dos combustíveis

Por medo do desabastecimento, motoristas correram aos postos para encher os tanques; situação agora tende a se normalizar

Por Bianca Alvarenga Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 nov 2015, 14h55

Na semana passada, quando a greve dos caminhoneiros bloqueou estradas em catorze estados, o fornecimento dos combustíveis acabou sendo atingido. Faltou combustível em algumas regiões. Além disso, o medo do desabastecimento levou motoristas aos postos para encher os tanques de seus carros. Filas para abastecer foram vistas em várias regiões, e houve relato de falta de combustível em postos de cidades de Minas Gerais, Goiás, Pará, Santa Catarina e Tocantins. Alguns estabelecimentos ficaram com o estoque vazio e outros aproveitaram a alta demanda para aumentar os preços. A consequência foi um ligeiro aumento no preço da gasolina e do etanol. Segundo um levantamento semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a média de preço da gasolina na bomba subiu seis centavos desde a semana passada, e o álcool ficou dez centavos mais caro. Os preços da gasolina aumentaram 1,6% e os do etanol, 3,7%.

Um levantamento da consultoria Datagro mostra que os preços da gasolina e do diesel não subiram nas refinarias desde o início da greve da Petrobras, no dia 29 de outubro. O efeito de alta, portanto, não pode ser diretamente atribuído à paralisação dos funcionários da estatal. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) diz que a produção chegou a ser interrompida em quase 60 unidades, além de reportado paradas na Transpetro, nas termelétricas e nas usinas de biodiesel administradas pela estatal. Na sexta-feira, a FUP sugeriu que a paralisação fosse suspensa. Petroleiros de Minas Gerais, Ceará e norte fluminense seguem em greve. Trabalhadores de Paraná e Santa Catarina, por sua vez, tinham assembleia agendada para a tarde desta segunda-feira para decidir se mantinham a paralisação. Em São Paulo e na Bahia, a greve foi interrompida.

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Na quarta-feira passada, o pior dia da greve, mais de 270.000 barris de petróleo deixaram de ser extraídos – volume equivalente a 13% da produção total. Estima-se que, agora, este número tenha caído para 5%. A Petrobras está adotando uma política de contenção de perdas, dobrando os turnos nos locais que não aderiram à greve e promovendo um rearranjo logístico para compensar a diminuição no refino. “À medida que uma refinaria não produz, é preciso importar mais combustível ou fazer um remanejamento de outras refinarias para manter a distribuição”, diz Plinio Nastari, presidente da Datagro. O problema é que, com as estradas paradas, parte do combustível remanejado ficou preso e algumas regiões tiveram o abastecimento prejudicado.

Quem recorreu ao álcool para abastecer o carro também sentiu a alta dos preços. Em alguns lugares, como Bahia e Mato Grosso, o litro do etanol ficou mais de 20 centavos mais caro em menos de uma semana. Isso porque, além de também ter sido afetado pela greve dos caminhoneiros e pela alta demanda nos postos de combustíveis, o preço do álcool subiu nas usinas.

“Desde que a gasolina ficou mais cara, por causa da volta da cobrança da Cide, o consumo etanol aumentou 20%. No exterior, o produto também se valorizou, principalmente pela demanda dos Estados Unidos. Os produtores estão aproveitando este momento para se recuperar do período de depreciação do produto”, explica Nastari. Ele também diz que o impacto da importação de combustível (causado pelo dólar caro) será sentido tanto no balanço da Petrobras quanto na bomba de combustível. Ou seja: a gasolina ficará ainda mais cara. Este é um sinal preocupante não só para o consumidor, mas também para a estatal, que registrou um prejuízo de 3,8 bilhões de reais no terceiro trimestre deste ano. Um dos principais motivos apontados para o resultado negativo foi a desvalorização do câmbio, que aumenta a dívida da empresa e encarece a importação.

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