Gregos e troika aproximam-se de um acordo, diz ‘FT’
Fontes do governo da Grécia, entrevistados pelo Financial Times, são otimistas com a aprovação de novas medidas de austeridade
A reunião desta quarta-feira entre o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, e os líderes dos partidos de coalizão caminha para a aprovação das medidas de austeridade exigidas pela troika – apelido dado ao grupo formado pela União Europeia, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). As informações são do portal do jornal britânico Financial Times. Em troca de novos cortes nos gastos públicos do país, a troika promete um empréstimo de 130 bilhões de euros a Atenas.
Apesar de inúmeros atrasos para o começo da reunião e de opiniões divergentes sobre os cortes em pensões e benefícios sociais, funcionários do governo ouvidos pelo FT se mostraram otimistas. A avaliação é que as autoridades chegarão a um acordo ainda nesta quarta-feira. Os líderes dos três partidos que apoiam o governo – de tendência social-democrata, conservadora e de extrema-direita – analisam a versão do documento aprovada por Papademos em uma reunião realizada nesta terça-feira com a troika.
Medidas – Segundo trechos divulgados pela imprensa, as medidas incluiriam um corte de 20% do salário mínimo, reduções das aposentadorias e a demissão de 15.000 funcionários públicos no curto prazo. A expectativa de Papademos é que um acordo possa ser apresentado para aprovação na reunião dos ministros das Finanças da zona do euro no final desta semana.
A troika advertiu que, se essas medidas não forem ratificadas, não será liberado o segundo empréstimo ao país, de 130 bilhões de euros. O acordo também é essencial para o perdão de parte da dívida da Grécia, pactuada entre Atenas e bancos privados. Sem empréstimo e sem o perdão de parcela do endividamento, a Grécia caminharia para a quebra em 20 de março, quando terá de desembolsar 14,4 bilhões de euros em vencimentos de títulos – sem ter recurso suficiente.