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Grécia: líder de esquerda rejeita formar coalizão que prossiga com ajustes

Por Louisa Gouliamaki
8 Maio 2012, 16h10

O líder da esquerda radical grega Alexis Tsipras, que recebeu nesta terça-feira a incumbência de formar o governo de coalizão, descartou a participação do partido Syriza em um grupo que apoie os ajustes impostos pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de respaldo financeiro.

“O veredicto do povo exclui um governo que aplique o memorando (que detalha as medidas de austeridade) e o acordo de empréstimo”, disse Tsipras, em referência aos resultados das eleições legislativas de domingo, nas quais seu partido se tornou a segunda força política do país.

Os conservadores e os socialistas que formavam a coalizão foram duramente punidos nas urnas por terem adotado o programa de austeridade e não conseguiram alcançar os 151 deputados necessários para formar a maioria parlamentar.

“Caso os dois partidos desejem uma aliança com Syriza, eles devem apenas escrever (à UE e ao FMI) para anular estes compromissos”, completou Tsipras, que tem prazo de três dias para tentar formar um governo.

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A Grécia se comprometeu, entre outras coisas, a aplicar, a partir de junho, uma série de cortes adicionais de 11,5 bilhões de euros até 2015.

“Que o país tenha ou não tenha governo não nos deixa indiferentes, mas o importante é saber em qual direção será governado”, destacou Tsipras.

Caso uma nova maioria não seja formada, os gregos devem convocar novas eleições até o fim de junho.

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Nesse contexto, o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso, disse que se a Grécia não aplicar o plano previsto, entrará em default.

Atenas se comprometeu, entre outras coisas, a aplicar a partir de junho uma série de cortes adicionais por 11,5 bilhões de euros até 2015.

Depois de o líder conservador Antonis Samaras fracassar na segunda-feira em formar uma maioria, Tsipras, novato na cena política grega, recebeu, como prevê a Constituição, um “mandato exploratório” de três dias para formar um novo governo.

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Saído das urnas como principal partido de oposição na Grécia depois de ter triplicado seus resultados com relação aos de 2009, o Syriza, de Tsipras, enfrentando a Nova Democracia e o Pasok, os velhos partidos pulverizados, fez uma campanha totalmente oposta à austeridade e solicitando o não-pagamento de uma parte da dívida.

“O veredicto do povo (…) exclui um governo que aplique o memorando (que detalha as medidas de austeridade) e o acordo de empréstimo”, disse Tsipras.

O Syriza pede uma renegociação do plano de ajuste da economia do país.

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A surpresa provocada pela eleição de domingo traduz um claro crescimento da esquerda no país, apesar da entrada no Parlamento do partido neonazista Amanhecer Dourado.

Tsipras, que rejeita as condições “bárbaras” de acesso aos empréstimos internacionais fixados pela UE e o FMI, excluiu a possibilidade de formar um governo com forças anti-austeridade que não sejam de esquerda e, sobretudo, de conversar com o Amanhecer Dourado.

A única possibilidade para formar um governo reunindo todos os que se opõem à austeridade – que dispõe exatamente de 151 cadeiras das 300 – seria considerar o Amanhecer Dourado que conquistou 21 deputados.

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As divisões entre os três partidos de esquerda que, no total, reúnem 97 deputados, ameaça também a possibilidade de uma aliança e o partido comunista KKE excluiu desde já todo acordo de governo.

“O país caminha rumo à catástrofe. Se não houver um governo de unidade nacional nos próximos dias, parece inevitável que haja novas eleições em junho e a vitória contra o rigor é evidente”, alertou o jornal liberal Kathimérini em seu editorial de terça-feira.

“Os partidos pequenos que fizeram campanha contra o memorando (o acordo com os credores do país) jamais se unirão com os dois partidos (que apoiavam a austeridade), provavelmente vamos voltar a ter eleições”, declarou à AFP Spiros Rizopulos, que dirige uma sociedade de comunicação.

“Vamos utilizar todas as possibilidades para conseguir um acordo, primeiro com as forças de esquerda”, afirmou, contudo, Tsipras.

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