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Grécia discute com credores detalhes de reformas para evitar calote

País europeu tem até o fim da semana para apresentar plano de ajustes detalhado à cúpula da União Europeia e evitar suspensão de pagamentos em 30 de junho

Por Da Redação
23 jun 2015, 22h02

A Grécia e seus credores iniciaram, nesta terça-feira, um ciclo de 48 horas de intensas negociações para elaborar o esperado acordo que evite uma suspensão dos pagamentos de Atenas no dia 30 de junho. Após cinco meses de diálogo, a perspectiva de uma solução para o impasse só foi possível graças à proposta de reformas e ajustes apresentada pela Grécia na segunda-feira. Os chefes de Estado e de governo dos 19 países-membros da zona do euro, reunidos após um encontro de seus ministros da Economia em Bruxelas, aceitaram a oferta grega como base e a classificaram como “um passo adiante positivo” rumo a um acordo nesta semana.

“Estou convencido de que vamos chegar a um acordo”, disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, em declaração a uma rádio francesa. Segundo dele, “os parâmetros do acordo estão sendo elaborados”. “Precisamos de um acordo até o final da semana e estamos muito perto; as próximas 48 horas serão decisivas”, disse o porta-voz do executivo grego, Gabriel Sakellaridis.

Esperado pelas instituições credoras – a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) – o pacote de medidas de Atenas inclui numerosas concessões fiscais que condicionam o aval ao desbloqueio de 7,2 bilhões de euros, última parcela da ajuda financeira necessária para a Grécia pagar o FMI em 30 de junho – o país deve cerca de 1,5 bilhão de euros ao fundo.

As medidas prometidas por Atenas preveem a redução do déficit das contas públicas em 2,69 bilhões de euros em 2015 e de até 5,2 bilhões de euros no ano que vem. A lista contempla ainda o aumento de tributos corporativos e de renda, bem como mudança de regras no imposto sobre valor agregado e ajuste da alíquota de contribuição para a previdência pública. O governo grego disse ainda que está disposto a elevar a idade de aposentadoria gradualmente para 67 anos e conter as pensões antecipadas.

Mas, até a conclusão de um acordo, o processo será muito trabalhoso. Os negociadores gregos deverão concordar com todos os detalhes técnicos antes de apresentá-los aos ministros da Economia da zona do euro que se reunirão na quarta-feira.

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Se tudo der certo, um texto será apresentado na cúpula da UE, na quinta e na sexta-feira em Bruxelas, para que os chefes de Estado e de governo deem seu parecer. Em seguida, o acordo deverá ser ratificado pelos parlamentos nacionais, entre eles o grego e o alemão, para que no dia 30 de junho Atenas tenha dinheiro para pagar o FMI.

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Entrave no Parlamento – A aprovação do acordo, que alguns já criticam na Grécia, deve ser complicada no Parlamento do país, onde o partido governista Syriza e seus aliados da direita têm uma maioria de 162 deputados – são 300 cadeiras ao todo. O partido do primeiro-ministro Alexis Tsipras elegeu-se prometendo o fim da austeridade imposta pelos credores desde 2010, mas nas propostas apresentadas na segunda-feira foram feitas numerosas concessões, como uma política fiscal mais rigorosa.

Nesta terça-feira, o próprio porta-voz do executivo, Gabriel Sakellaridis, advertiu que o governo arrisca sua sobrevivência. “Se o acordo não receber a aprovação dos deputados da maioria governamental, o governo não poderá continuar”, declarou à rede de comunicação Mega.

Tsipras se reunirá na quarta-feira em Bruxelas com os representantes de seus credores, Jean-Claude Juncker, Mario Draghi e Christine Lagarde, respectivamente da UE, do BCE e do FMI, anunciou nesta terça-feira uma fonte do governo grego. Durante a tarde haverá uma reunião dos ministros da Economia da zona do euro (Eurogrupo), prevista em Bruxelas, para avaliar as propostas gregas antes da cúpula crucial que discutirá a solução para evitar o calote grego.

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(Com agência France-Presse)

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