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Grécia diante do desafio de reativar uma economia aniquilada

Por Por Catherine Boitard
11 jun 2012, 14h15

O maior desafio do próximo governo grego será reativar uma economia aniquilada, que a crise política deixou sem crédito e sob uma ameaça cada vez maior de um abandono do euro.

“Como fazer funcionar uma economia sem saber qual será amanhã a moeda em circulação?”, pergunta Angelos Tsakanikas, diretor de investigação econômica do instituto Iove, que depende da câmara patronal.

Um eventual retorno ao dracma, a moeda grega anterior ao euro, já deixou de ser tabu, mas os dirigentes políticos e econômicos do país rejeitam essa opinião, assim como a maioria da opinião pública.

“A economia está em ponto morto”, afirma Tsakanikas, que aponta uma queda acumulada do PIB de 14% desde 2008 e a ausência de perspectivas de crescimento econômico.

Em dois anos, o país reduziu seu déficit público em 6,5 pontos percentuais, para 9,1% em 2011, com um plano de ajuste que pretende garantir a solvência do Estado e reduzir o endividamento a 120% do PIB em 2020.

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Para atingir seus objetivos, os salários foram rebaixados em 25% em média, com os impostos e taxas elevadas e os investimentos públicos congelados.

“A situação financeira é verdadeiramente catastrófica, com um risco de calote e saída do euro”, afirmou um diretor de um grande banco grego.

Esse risco parecia ter sido dissipado em 2010, após um novo acordo com a União Europeia (UE) e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) pelo qual a Grécia intensificava a austeridade em troca de um novo empréstimo de 130 bilhões de euros.

Contudo, o risco reapareceu ante a possibilidade de que os eleitores gregos votem massivamente nas forças políticas que rejeitam o pacto orçamentário.

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Segundo o principal banco grego, o BNG, a saída do euro reduziria à metade a renda por habitante e aumentaria o desemprego, que passaria de 22% da população ativa para 34%.

A medida que se aproximam as eleições legislativas de 17 de junho, a União Europeia, a Alemanha e os Estados Unidos advertem contra qualquer tentativa de descumprir as medidas de austeridade, que a esquerda radical Syriza, a força política em ascensão, promete “anular” se chegar ao governo.

Para demonstrar sua seriedade com relação à austeridade, a UE limitou a soma de dinheiro que devia entregar à Grécia antes de 17 de junho a 4,2 bilhões de euros, ante 6,8 bilhões previstos.

“Caso sejam interrompidos seus aportes, ao final de junho a Grécia não terá dinheiro para pagar seus saldos”, disse Lucas Papademos, o primeiro-ministro que deixará o cargo.

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“A falta de liquidez é geral. Afeta as famílias, as empresas e o Estado”, diz Panayotis Petrakis, professor de economia na Universidade de Atenas.

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