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Grécia classifica como ‘humilhantes’ as imposições de seus sócios da Eurozona

Por Por Isabel Malsang
16 fev 2012, 14h40

A Grécia classificou como humilhantes nesta quinta-feira as exigências dos países da Eurozona, que querem impôr-lhe algum tipo de tutela antes de liberar o resgate.

Irritados pelos atrasos da Grécia em aplicar as medidas de austeridade impostas há dois anos, e antes de comprometer-se – talvez na segunda-feira – com o desbloqueio de um segundo e gigantesco plano de resgate, alguns sócios europeus continuam aumentando a pressão sobre Atenas.

Esses países temem perder sua excelente classificação financeira caso tenham que desembolsar aportes financeiros suplementares à Grécia.

Na quinta-feira, em Atenas, toda a imprensa reagia às declarações do ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que comparou a Grécia com um poço sem fundo e expressou temores sobre seu calendário eleitoral.

“Quem nos garante que depois das eleições convocadas para abril, a Grécia respeitará o que decidimos com o governo atual?”, se perguntou Schauble.

O porta-voz do executivo grego confirmou na segunda-feira que haveria eleições antecipadas em abril, em conformidade com os termos do acordo entre os partidos socialista e conservador.

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“Que querem os alemães? Um mecanismo de vigilância e um governo a lá (Mario) Monti” – o primeiro-ministro italiano – formado por tecnocratas, afirmou com irritação nesta quinta-feira o pró-governista Ta Nea em sua primeira página.

O jornal popular de direita Elefterotypos fez alusão da política alemã à ditadura dos coronéis sofrida pela Grécia entre 1967 e 1974.

Na quarta-feira, o presidente grego, Carolos Papulias – que foi em sua adolescência um ativo resistente anti-nazismo – afirmou que não toleraria os abusos do ministro de Finanças alemão ou dos dirigentes holandeses e finlandeses sobre a luta de Atenas por permanecer na zona do euro.

“Quem é o senhor Schäuble para zombar da Grécia? Quem são os holandeses? Quem são os finlandeses?”, disse o chefe do Estado heleno, uma personalidade que goza de grande popularidade no país.

“Sempre tivemos orgulho de defender não só nossa liberdade, mas também a de toda a Europa”, disse Papulias.

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Alemanha, Finlândia e Holanda, que constituem a frente de intransigência à Grécia, são – junto de Luxemburgo – os únicos países que conservam a nota AAA desde que a agência Standard and Poor’s reduziu a nota de várias nações europeias em janeiro.

Na quinta-feira, Luxemburgo se somou a essa frente.

“A Grécia deve escolher entre reformar sua economia ou abandonar a zona do euro”, afirmou o ministro luxemburguense de Finanças, Luc Frieden. “Atenas deve aceitar uma vigilância mais estrita de suas contas por parte da União Europeia.

“Cada Estado deve eleger por si próprio se quer estar na Eurozona. Caso a resposta seja afirmativa, é preciso cumprir com as condições”, sentenciou Frieden.

No final de semana passado, os massivos protestos contra os ajustes pedidos pela zona do euro em troca do prometido plano de resgate transformaram Atenas em um verdadeiro campo de guerra, com saques e incêndios, que deixaram vários edifícios emblemáticos da cidade reduzidos a cinzas.

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