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Governo vê “janela de oportunidade” para dólar a R$1,90–fonte

Por Da Redação
24 abr 2012, 16h42

* Cenário externo ajuda a melhorar cotação da moeda norte-americana

* Aumento do dólar não afetará inflação; commodities compensam

* Novas medidas cambiais não estão previstas no momento

Por Patrícia Duarte

SÃO PAULO, 24 Abr (Reuters) – O cenário externo voltando a ficar mais sensível, com dados econômicos mais fracos vindos da Europa e dos Estados Unidos, deu ao governo brasileiro uma “janela de oportunidade” para levar o dólar a um outro patamar, trazendo-o mais próximo a 1,90 real. E isso sem colocar em risco a inflação.

Com esse objetivo, tem mantido o discurso de que, se necessário, tomará mais medidas para evitar valorizações do real -apesar de, no momento, entender que elas não são necessárias. Soma-se a isso uma atuação mais marcante do Banco Central no mercado de câmbio nos últimos dias.

“O que vemos é uma janela de oportunidade para o câmbio, de conseguir, sem maiores riscos e estresse, uma taxa mais valorizada (do dólar)”, afirmou à Reuters uma importante fonte da equipe econômica.

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Até o fechamento de segunda-feira, o dólar acumulava no mês alta de pouco mais de 3 por cento, dando sequência à valorização vista em março todo, de 6,17 por cento. Com isso, rompeu o patamar de 1,80 real, aproximando-se rapidamente do nível de 1,90 real, visto pelo governo como importante para dar mais competitividade aos produtos nacionais no cenário externo.

Desde o último dia 11, o BC adotou uma postura mais atuante no mercado cambial, realizando quase que diariamente dois leilões de compras de dólares à vista. Isso ocorreu mesmo quando a moeda norte-americana estava em alta, dando sinais, segundo operadores, de que buscava um patamar mais elevado parea o câmbio.

Além disso, a autoridade monetária também buscou “surpreender” o mercado, em alguns momentos não entrando no mercado -como ocorreu na segunda-feira- para garantir que os investidores continuassem atentos, sem abrir espaço para apostas contrárias.

“Não existe uma meta (de câmbio), mas numa situação de maior liquidez internacional, é bom (conseguir valorizar o dólar)”, acrescentou a fonte.

O Brasil tem atraído intenso fluxo de capitais como consequência, entre outros motivos, da imensa disponibilidade de recursos à disposição depois que economias avançadas liberaram capital para incentivar a sua atividade. A própria presidente Dilma Rousseff já chegou a criticar essas economias por isso.

INFLAÇÃO NÃO

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O esforço do governo para tentar segurar o dólar perto de 1,90 real não coloca em risco o controle da inflação, segundo a fonte. Isso porque existem outras variáveis que equilibram uma alta da moeda norte-americana, como os preços das commodities.

Desde o final de fevereiro, por exemplo, o índice de commodites CRB acumula queda de cerca de 7 por cento.

Apesar disso, acrescentou a fonte, buscar um patamar ainda mais elevado para o câmbio, mais próximo a 2 reais, não faz parte dos planos no momento.

“Precisaria ter uma atuação mais forte”, resumiu.

O BC tem dito que a inflação convergirá para o centro da meta -de 4,5 por cento pelo IPCA- no fim do ano. Em março, o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,43 por cento, acumulando em 12 meses alta de 5,25 por cento, abaixo dos 5,61 por cento vistos no período imediatamente anterior.(Edição de Alexandre Caverni)

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