Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Governo vai contestar TCU sobre portos, diz Gleisi

O Tribunal de Contas da União sugeriu 19 mudanças no edital do primeiro trecho de concessão de ferrovias

Por Da Redação
17 dez 2013, 11h34

A lista de sugestões de mudanças feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no edital do primeiro trecho de concessão de ferrovias é extensa, mas o governo está disposto a contestá-la. Na semana passada, a ministra Ana Arraes assinou relatório que aponta falhas nos estudos que embasam os editais, feitos pela Empresa Brasileira de Projetos (EBP) e encomendados pela Secretaria dos Portos (SEP).

O voto de Ana, aprovado pelos demais ministros, condiciona a publicação dos editais de áreas nos portos de Santos (SP) e no Estado do Pará ao cumprimento de 19 condições. “Das alterações determinadas, estávamos trabalhando antecipadamente em pelo menos 11, que o tribunal já tinha nos colocado”, disse a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. “Mas surgiram outros, pelo menos cinco, que vieram do gabinete da ministra Ana e não da área técnica do tribunal. Esses, vamos precisar de mais tempo para analisar.”

A ministra admitiu que o calendário de licitações dos terminais está paralisado, isso porque a Corte do TCU volta a se reunir só em janeiro.

Leia mais:

TCU vê falhas e deve atrasar leilão no Porto de Santos

Licitação de portos pode levar governo à Justiça​

Continua após a publicidade

Política – O embate sobre os editais de portos também possui um componente político. Ana Arraes é mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que deve disputar a eleição contra Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, Gleisi liderou a equipe que elaborou a MP da nova Lei dos Portos e pode usar a medida como sinônimo de renovação do setor durante sua campanha ao governo do Estado do Paraná.

Procurada, Ana Arraes defendeu a decisão tomada pelo tribunal e evitou dar contornos políticos ao caso. “Ratifico o que há nos autos. Os autos contêm a visão do TCU no processo”. Gleisi também evita atribuir a decisão de Ana a uma agenda eleitoral. “Quero crer que não”, disse, ao ser questionada se houve contaminação política. “O Tribunal tem se pautado por dar respostas ao país sem considerar aspectos menores.”

Correções – O TCU perdiu ao governo que justifique as tarifas fixadas em cada área portuária à luz de um estudo da Universidade de São Paulo sobre tarifas. Porém, o trabalho é sobre as tarifas que as companhias docas cobram dos usuários dos portos – e não sobre as tarifas que os operadores portuários cobrarão para movimentar as cargas destinadas a exportação e importação, que são objeto dos editais de concessão.

“É difícil fazer uma justificativa dessas tarifas com base nesse estudo”, disse a ministra da Casa Civil. “Por isso, avaliamos que houve erro conceitual.” A intenção, nesse caso, é apresentar o esclarecimento ao tribunal.

Em outra frente, a Advocacia-Geral da União (AGU) estuda formas de questionar a lei aprovada pelo município de Santos, que proíbe a movimentação de grãos na área da Ponta da Praia. O acórdão do TCU manda o governo adaptar os estudos para seguir essa legislação. “Vamos impor um gargalo ao país?”, disse Gleisi. “Por muito tempo ainda Santos operará grãos.”

Continua após a publicidade

Leia ainda: Governo autoriza concessão de cinco novos terminais portuários

Governo cria sistema para reduzir filas no embarque do Porto de Santos

Assimetrias – Outro ponto do acórdão que surpreendeu o governo foi a ordem para concluir um estudo sobre assimetrias entre portos privados e públicos. Segundo Gleisi, essa análise foi determinada em um acórdão de 2009, que analisou as consequências do Decreto 6.620. Esse decreto restringia a instalação de portos privados e praticamente os proibia de movimentar cargas que não fossem da própria concessionária. Porém, a nova Lei dos Portos mudou o quadro: um de seus principais pontos foi permitir que terminais privados movimentem carga de terceiros. “Então, é um estudo que já não terá utilidade prática”, disse Gleisi. “Ele está superado.”

Em outro ponto, o TCU mandou o governo fixar uma tarifa máxima para movimentação de carga nas áreas a serem licitadas – mesmo naquelas em que o vencedor do leilão será escolhido por outro critério. Segundo Gleisi, nos casos em que a tarifa não é o critério, o referencial de tarifa fixado pelo governo pode funcionar como tabelamento. “O teto vira piso”, disse.

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.