Governo publica nova tabela de fretes com preços 20% menores
Ministro dos Transportes, Valter Casimiro, afirmou que o documento reduz em cerca de 20%, em média, o custo em relação ao valor vigente

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou nesta quinta-feira, 7, a nova tabela com preço mínimo do frete para o transporte rodoviário de cargas. O documento, que substitui a tabela que está em vigor desde o dia 30 de maio, será publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
A tabela foi republicada após queixas de vários setores da economia contra a elevação do custo do frete. O ministro dos Transportes, Valter Casimiro, afirmou que a nova tabela deve reduzir em cerca de 20%, em média, o custo em relação aos valores em vigor e e contempla o setor agropecuário, que reclamava do aumento do custo dos transportes.
“A tabela apresentada hoje vai distribuir em todo tipo de caminhão o valor do quilômetro-eixo e conseguiu normalizar o valor do frete próximo ao que já vinha sendo aplicado no mercado”, afirmou Casimiro.
De acordo com a ANTT, a nova tabela vai responder as principais dúvidas dos transportadores e contratantes dos serviços de transporte rodoviário de cargas. “Entre os principais pontos da regulamentação, podem-se destacar: o estabelecimento dos valores de frete por km/eixo para outras combinações de veículos e a possibilidade de negociação do frete de retorno entre o contratante do frete de origem e o transportador”, informou a agência.
A medida, publicada por meio de resolução, estabelece ainda os casos em que a tabela de preços mínimos não será aplicada. Entre os casos em que os valores não serão aplicados estão o de transporte de produtos radioativos, de valores, de coleta de lixo, no frete de retorno e quando o veículo não for movido a diesel, entre outros.
O texto diz ainda que os novos valores de frete mínimo não se aplicam aos contratos com prazo determinado e que foram formalizados até a publicação das novas regras. Já para os contratos com prazo indeterminado, a resolução determina que os valores devem ser ajustados aos preços mínimos em um prazo de até 90 dias.
O estabelecimento de preços mínimos para os fretes foi uma das reivindicações dos caminhoneiros durante a paralisação que durou dez dias. Após críticas de representantes do agronegócio, a ANTT admitiu a possibilidade de ajustar alguns valores.
A nova tabela foi apresentada aos caminhoneiros e à Confederação Nacional da Agricultura (CNA) em uma reunião na tarde desta quinta-feira. Sobre as ações judiciais apresentadas contra a tabela, Casimiro diz acreditar que elas não serão levadas adiante porque as mudanças atendem todos os setores.
Críticas à nova tabela
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) protocolou nesta quinta-feira ofício ao presidente da República, Michel Temer (MDB), no qual pede a suspensão da tabela de preços mínimos de fretes rodoviários. Na justificativa, a entidade cita a alta de 51% a 152% no valor do transporte do setor após a publicação da tabela, no último dia 30, para encerrar a paralisação de caminhoneiros no país.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou ontem a adoção de uma tabela com preços mínimos para o transporte de cargas, apontando que a medida gera prejuízos e danos para a economia. Pelas estimativas da entidade, o setor de alimentação será o mais afetado, incluindo arroz, aves e suínos com porcentuais de reajuste superando 60% nos fretes, que deverão ser repassados para os consumidores.
No Rio Grande do Norte, a Justiça Federal concedeu liminar a uma empresa suspendendo os efeitos da tabela de preços mínimos para o frete na contratação de transporte rodoviário de carga. A decisão é assinada pelo juiz federal substituto Orlan Donato Rocha, da 8ª Vara Federal-RN. Conforme a decisão, a iniciativa do governo “demonstra flagrante inconstitucionalidade”, devendo ser rechaçada pelo Poder Judiciário.
Segundo o magistrado, “resta evidente a intervenção do governo federal na economia, no sentido de impor regulamentação ao setor de transportes de cargas rodoviário, em ofensa aos princípios e fundamentos estabelecidos na Magna Carta”.
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo de VEJA. Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app (celular/tablet).
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
MELHOR
OFERTA
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet. Edições de Veja liberadas no App de maneira imediata.
30% de desconto
1 ano por R$ 82,80
(cada mês sai por R$ 6,90)