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Governo espanhol pede prudência após semana de pressão nos mercados

Por Da Redação
15 jun 2012, 14h53

Madri, 15 jun (EFE).- O governo espanhol fez nesta sexta-feira uma chamada à ‘tranquilidade e confiança’ e pediu para que os investidores não tirem conclusões precipitadas sobre medidas que ainda não foram iniciadas, após uma semana de fortes pressões nos mercados.

A vice-presidente e porta-voz do governo, Soraya Sáenz de Santamaría, sustentou, na entrevista coletiva posterior à reunião do Conselho de Ministros, que é prematuro analisar se o crédito de até 100 bilhões de euros aprovado pelo Eurogrupo para o saneamento dos bancos espanhóis funciona ou não.

O Executivo presidido por Mariano Rajoy anunciou no sábado passado que pedirá o crédito, mas ainda não o solicitou formalmente à espera que os avaliadores independentes contratados apresentem as conclusões de sua análise sobre a situação dos bancos.

A falta de detalhes concretos suscitou dúvidas nos mercados, às quais uniu-se a agência de medição de riscos Moody’s ao anunciar o rebaixamento de três degraus na nota que outorga à dívida soberana da Espanha.

Sáenz de Santamaría pediu hoje para que relativizem o vai e vem do prêmio de risco e se concentrem mais no que chamou de ‘a Espanha real’, que, assegurou, ‘seguirá adiante’ como em outros momentos difíceis do passado.

Com a atenção dos investidores voltada para os resultados das eleições do próximo domingo na Grécia, às quais concorrem forças partidárias a renegociar as condições do resgate a esse país, o prêmio de risco espanhol marcou hoje um novo máximo ao fim da sessão em 543,7 pontos básicos.

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A rentabilidade do bônus espanhol em dez anos terminou em 6,87%, abaixo do 6,91% de ontem, mas ainda perto de 7%, que é o nível que os analistas consideram crítico.

Apenas nesta semana, na qual a Espanha voltou a estar no centro das atenções após o empréstimo aprovado pelo Eurogrupo para os bancos, o prêmio de risco espanhol somou 55 pontos básicos.

Sobre esta escalada, a vice-presidente do governo disse que se preocupa, mas que isso não encarece a dívida do Estado, cujo preço é definido exclusivamente nos leilões do Tesouro Público e não nos mercados secundários, que é o que pagam os investidores entre si pela dívida espanhola.

A rentabilidade nos mercados secundários é a que permite calcular o prêmio de risco e o suplemento de juros em relação aos bônus alemães, considerados os mais seguros.

No entanto, Sáenz de Santamaría assinalou que ‘não podemos nos permitir pagar os juros que se pagam pela dívida’ e reconheceu que ‘vivemos momentos difíceis’ na União Europeia, e por isso reivindicou ‘medidas a curto, médio e longo prazo’.

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Hoje também foi divulgado que a dívida pública do conjunto das administrações espanholas no primeiro trimestre do ano alcançou um novo máximo ao chegar a 72,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representa o dobro do endividamento que havia no primeiro trimestre de 2008, antes da crise.

Segundo as previsões do governo, a dívida pública chegará a 79,8% do PIB no final de 2012, apesar de que os fundos europeus que a Espanha receberá para ajudar os bancos com problemas – e que computarão como dívida – poderiam elevar esse número em quase dez pontos percentuais, caso sejam usados todos os 100 bilhões oferecidos.

A Espanha, segundo os dados publicados pelo escritório estatístico comunitário, Eurostat, em abril, está entre os 14 Estados-membros que registraram em 2011 dívidas públicas acima de 60% do PIB, limite fixado pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento europeu.

No entanto, entre esses países, a dívida da Espanha era no final de 2011 uma das menores, superada por Grécia (165,3%), Itália (120,1%), Irlanda (108,2%), Portugal (107,8%), Bélgica (98%), França (85,8%), Reino Unido (85,7%) e Alemanha (81,2%).

O Partido Socialista (PSOE), o principal da oposição e que governou a Espanha entre 2004 e dezembro de 2011, fez hoje uma chamada à ‘união nacional’ perante um ‘castigo’ dos mercados que considera injusto.

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‘A Espanha ganhou o direito que os outros países confiem nela, e não merecemos o castigo que estamos recebendo’, afirmou a vice-líder socialista, Elena Valenciano, em entrevista coletiva, na qual assegurou também que a UE ‘vive seu momento mais difícil em 50 anos’ e que espera superá-lo com mais políticas de crescimento. EFE

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