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Governo espanhol impõe drástica reforma para sanear bancos

Por Por Anna Cuenca
11 Maio 2012, 12h06

O governo espanhol anunciou nesta sexta-feira um plano de saneamento dos bancos que impõe provisões adicionais no valor de 30 bilhões de euros e a separação em seus balanços dos ativos imobiliários, tóxicos ou suscetíveis de chegar a essa condição no futuro pela desvalorização do mercado após o estouro da bolha, em 2008.

As instituições bancárias espanholas carregam um fardo de 184 bilhões de euros (cerca de 238 bilhões de dólares) de ativos “problemáticos” por seu valor incerto (créditos de reembolso duvidoso, imóveis confiscados em um mercado desvalorizado), que representam 60% de sua carteira.

Esta fragilidade do setor provoca preocupação nos mercados a respeito da saúde da economia espanhola, principalmente depois de nesta semana Madri ter resgatado o Bankia, quarto maior banco do país e o mais exposto dos grandes bancos aos ativos imobiliários problemáticos.

“A ideia geral é que a situação dos bancos é pior do que se acreditava”, disse Edward Hugh, economista independente instalado em Barcelona, lembrando que “ainda estamos longe de conhecer a verdadeira envergadura das perdas” causadas pelo setor da construção.

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Como consequência, a reforma decidida nesta sexta-feira impõe separar estes ativos nos balanços dos bancos e avaliá-los corretamente, levando em conta a péssima situação do mercado imobiliário espanhol.

Neste sentido, o governo decidiu uma medida, “obrigatória para todas as entidades”, que consiste em colocar seus ativos imobiliários em agências especializadas e separadas dos bancos, anunciou o ministro da Economia, Luis de Guindos.

O executivo também decidiu “encarregar dois avaliadores independentes de uma avaliação de todos os balanços das entidades financeiras” para analisar seus ativos imobiliários, disse a vice-presidente do governo, Soraya Sáenz de Santamaría.

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Essas medidas se somam a uma primeira fase de reforma financeira, decidida em fevereiro pelo governo conservador de Mariano Rajoy, que já havia imposto aos bancos provisões no valor de 53,8 bilhões de euros para se proteger diante do risco de desvalorização de seus ativos imobiliários.

Agora “o nível de provisões passará de 7% para 30% até o final de 2012” nos ativos considerados “não problemáticos”, mas que podem ficar nessa condição no futuro, o que representará um aumento de 30 bilhões de euros, disse de Guindos.

O objetivo é “dar credibilidade e confiança ao nosso sistema financeiro, conseguir a venda de casas a preços de mercado e a volta do crédito”, afirmou Sáenz de Santamaría.

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O Ministério da Economia anunciou na quarta-feira uma nacionalização parcial do Bankia, por meio da transformação em ações de 4,465 bilhões de euros emprestados em 2010 pelo fundo de ajuda pública ao setor financeiro (FROB) ao Banco Financeiro e de Poupança, proprietário de 45% do Bankia.

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