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Governo discute mudar reajustes da gasolina, mas sem impactar Petrobras

Conta para estender para a gasolina a mesma política feita para o diesel chega a R$ 30 bilhões até o fim do ano

Por Reuters Atualizado em 4 jun 2018, 22h33 - Publicado em 4 jun 2018, 20h37

A Petrobras, o governo federal e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) têm discutido uma solução para mudar a periodicidade dos reajustes de preços de gasolina nas refinarias da estatal, mas de forma que não cause impacto sobre o caixa da petroleira. O governo insiste que a política de preços da Petrobras não será alterada e os reajustes se manterão baseados nas variações do câmbio e do barril de petróleo, mas a periodicidade dos repasses, hoje diários, poderá ser mudada.

“A política de preços está preservada, não se mexe. O grupo de trabalho do Ministério de Minas e Energia está estudando uma fórmula de como a previsibilidade pode ser resolvida”, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

De acordo com duas fontes, o tema já estava em debate mesmo antes da renúncia de Pedro Parente à presidência da estatal, na semana passada, e permanece em pauta sob a gestão agora de Ivan Monteiro  que na sexta foi indicado pelo conselho de administração como interino e, na sequência, apontado pelo presidente Michel Temer para ser efetivado no cargo.

Uma decisão sobre o assunto, no entanto, não é vista como iminente no governo, uma vez que o foco das autoridades ainda está voltado para o restabelecimento do abastecimento do Brasil, após uma grande paralisação de caminhoneiros nas últimas semanas contra a alta do diesel. “Essa é uma discussão que está na cabeça das pessoas e vai ser feita oportunamente”, disse uma fonte.

Outra fonte, que acompanha as conversas no Palácio do Planalto, diz que a Presidência delegou ao grupo de trabalho encontrar uma fórmula para que a periodicidade dos reajustes seja alterada e a Petrobras compensada, mas não há ainda um horizonte para essa solução, já que, neste momento, a União não tem recursos para bancar a compensação.

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Uma primeira conta feita pelo Planalto aponta para 30 bilhões de reais até o fim do ano o custo de adotar para gasolina a mesma política feita para o diesel depois da greve dos caminhoneiros, somada a algum subsídio para baratear o gás de cozinha, que já tem um reajuste trimestral. Uma conta que, neste ano, o Tesouro não tem como bancar, de acordo com uma alta fonte do governo. A meta de déficit primário para este ano é de 159 bilhões de reais.

Duas fontes ponderaram, no entanto, que não há espaço para uma alteração na política de preços da Petrobras, que permanecerá seguindo as cotações internacionais do petróleo e o câmbio, com foco em rentabilidade.

O que se busca em Brasília, assim, seria apenas uma mudança na periodicidade dos reajustes da gasolina, para suavizar os impactos da volatilidade externa no mercado brasileiro, com alguma solução que não prejudique financeiramente a petroleira estatal.

“Essa discussão sobre o que a gente faz com o ajuste diário já estava posta [antes da saída de Pedro Parente], dentro dos limites de que não se vai vender abaixo do que a Petrobras compra e não se pode abrir para ter uma concorrência predatória”, disse uma das fontes. Assustado com a má repercussão da circulação de ideias sobre uma possível mudança nos repasses de reajustes, o Planalto passou a frisar a diferença entre a política de preços baseada nas variações cambiais e no preço externo do petróleo e a maneira de se transferir essas variações ao consumidor.

A ordem é frisar essa diferença e deixar que o grupo de trabalho encontre uma solução.

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As ações preferenciais da Petrobras fecharam em alta de quase 8,5% nesta segunda-feira, após tombo de cerca de 15% no pregão de sexta, com analistas repercutindo positivamente a indicação pelo governo de Ivan Monteiro para assumir a presidência executiva da companhia.

Diesel

O governo já promoveu uma mudança na forma de a Petrobras reajustar o diesel, ao definir uma redução das cotações e um congelamento por 60 dias nos preços. Na ocasião, o presidente Michel Temer disse que depois desse período os reajustes serão mensais, em resposta à greve dos caminhoneiros.

A proposta prevê, no entanto, que a Petrobras será ressarcida pelo governo por eventuais perdas decorrentes dessas alterações.

Agora, o governo federal prepara a publicação, até quinta-feira, de um decreto que irá regulamentar a subvenção ao diesel até o fim do ano.

 

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