Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Governo discute ampliação do seguro-desemprego para demitidos na pandemia

Medida será votada pelo Codefat, que administra o dinheiro do benefício; custo de duas parcelas parcelas adicionais chegaria a R$ 16 bilhões

Por Larissa Quintino Atualizado em 24 set 2020, 16h41 - Publicado em 24 set 2020, 15h45

O número de trabalhadores que entraram com pedido de seguro-desemprego caiu 11,6% na primeira quinzena de setembro em relação a anterior, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia. A redução no número de pedidos não indica, necessariamente, uma retomada do mercado de trabalho, e sim uma redução nos desligamentos do setor formal. O benefício é pago a trabalhadores com carteira assinada demitidos sem justa causa entre três a cinco meses. Porém o tempo de recebimento do benefício pode mudar. Representante dos trabalhadores, das empresas e do governo decidem nesta quinta-feira, 24, se prorrogam para mais duas parcelas os pagamentos de seguro-desemprego a demitidos durante o período de calamidade decorrente da pandemia do novo coronavírus. A medida será votada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), responsável pelas políticas como abono salarial e seguro-desemprego.

ASSINE VEJA

A vez das escolas Leia esta semana em VEJA: os desafios da retomada das aulas nas escolas brasileiras. E mais: Queiroz vai assumir toda a responsabilidade por ‘rachadinha’ ()
Clique e Assine

Segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que assessora as centrais sindicais que participam do conselho, cerca de 6 milhões de trabalhadores seriam beneficiados pelas medidas e o impacto ficaria em 16 bilhões de reais com os pagamentos adicionais. Questionado sobre o impacto, o Ministério da Economia não respondeu até a publicação desta nota.

O argumento dos defensores da medida é que os trabalhadores que foram dispensados no início da crise pode já estar sem o benefício e não podem solicitar o auxílio emergencial, já que o cadastro para novas solicitações foi finalizado em julho. Quem foi demitido em março, por exemplo, recebeu o seguro, no máximo, até o fim de agosto. O valor do benefício varia entre 1.045 reais e 1.813 reais, dependendo do valor que recebia como salário.

Continua após a publicidade

A lei que rege o seguro-desemprego autoriza o Codefat a pagar duas parcelas a mais do seguro a grupos específicos de trabalhadores desde que o gasto adicional da medida não ultrapasse10% da reserva mínima de liquidez que o fundo mantém para honrar suas obrigações em cada semestre. A despesa não poderia passar de 1,3 bilhão de reais, já que a reserva atual é calculada em 13 bilhões de reais. Porém um parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda avalia que o orçamento de guerra, vigente até dezembro, pode afastar a restrição.  Para a prorrogação do seguro-desemprego, é necessária a aprovação do Codefat e da edição de uma Medida Provisória (MP) para abrir o crédito. Atualmente há 18 representantes no conselho, sendo seis cadeiras dos trabalhadores, seis do governo e seis de representantes de setores empresariais.

 

Apesar do número de solicitações do seguro-desemprego ter diminuído, o número de desempregados tem crescido no país. Isso ocorre graças a metodologia do IBGE, que é quem mede a taxa de desemprego. É considerado desempegado quem não está trabalhando mas está procurando emprego. Segundo dados da Pnad Covid, pesquisa feita em parceria com o Ministério da Saúde, o número de desempregados subiu 5,5% de julho para agosto, chegando a 12,9 milhões. Isso ocorre porque mais pessoas passaram a buscar emprego com a flexibilização das medidas de isolamento social.

Além das medidas para proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade, como visa a ampliação do seguro-desemprego, são necessárias políticas para a fomentação do mercado de trabalho, para a inserção dos desempregados. O ministro da Economia, Paulo Guedes, propôs desonerar a folha de salários mediante a “impostos alternativos”, como o imposto sobre transações digitais, chamado de ‘nova CPMF’ pelo Congresso. É preciso encontrar a luz esta luz do fim do túnel — isto é, a retomada dos empregos — para que a retomada econômica do país possa acontecer de forma sustentável.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.