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Ghosn confirma que fugiu do Japão: ‘Escapei da injustiça e da perseguição’

Ex-presidente da Nissan, que cumpria prisão domiciliar acusado de fraude, foi para o Líbano

Por Redação
31 dez 2019, 10h33

O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn confirmou nesta terça-feira, 31, que deixou o Japão, onde estava em prisão domiciliar, e foi para o Líbano. O brasileiro é acusado de fraude fiscal no país asiático e alega inocência.

No comunicado em que informa o seu paradeiro, Ghosn critica o sistema judiciário japonês e afirma que “não fugiu da Justiça”. “Eu estou agora no Líbano e não serei mais refém do manipulado sistema de justiça japonês, onde a culpa é presumida, a discriminação é desenfreada e os direitos humanos são negados, em flagrante desrespeito às obrigações legais do Japão sob o direito internacional e os tratados que deve obedecer. Eu não fugi da Justiça, eu escapei da injustiça e da perseguição política. Eu posso agora finalmente me comunicar livremente com a imprensa, o que pretendo fazer a partir da semana que vem.”

Ghosn, que nasceu no Brasil, também tem nacionalidades libanesa e francesa. O executivo foi proibido de viajar para fora do Japão e estava sob vigilância das autoridades do país. Ainda não foram divulgados detalhes de sua ida para o Líbano. Seu principal advogado disse nesta terça que ficou perplexo com as notícias e que soube da fuga do cliente pela televisão. “Fomos pegos completamente de surpresa. Estou chocado”, disse Junichiro Hironaka a jornalistas em Tóquio.

Autoridades da França afirmaram que “ainda estão tentando entender” o que aconteceu, mas que o país tem a obrigação de oferecer apoio ao ex-presidente da Nissan. “Se um cidadão estrangeiro escapasse da Justiça francesa, ficaríamos muito irritados, mas ele é um cidadão francês e terá o apoio diplomático garantido”, afirmou a secretária de Estado de Economia e Finanças da França, Agnès Pannier-Runacher.

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Histórico

Ghosn foi preso em novembro de 2018 ao desembarcar de um jatinho no aeroporto de Haneda, em Tóquio, acusado de fraude fiscal. Enfrentou 107 dias em uma solitária, com direitos restritos a um tatame como cama e apenas dois banhos semanais. Foi solto sob fiança de 9 milhões de dólares, mas acabou detido novamente após quatro semanas. Depois de mais vinte dias de detenção, foi liberado para cumprir prisão domiciliar na capital japonesa, regime que o proíbe de acessar a internet e se comunicar com a esposa.

As acusações contra Ghosn são quatro, e vieram em etapas. A primeira delas diz respeito à suposta sonegação de impostos sobre cerca de 44 milhões de dólares, metade do valor que teria recebido como remuneração entre 2010 e 2015, incluindo bônus e salários. A denúncia foi feita por ex-­executivos da companhia em sistema de delação premiada. Ghosn também é acusado de usar os recursos corporativos indevidamente.

(Com agências EFE e Reuters)

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