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Gestão da Gol será mais ágil, diz Constantino Junior

Fundador da Gol fala dos motivos que levaram à escolha de Paulo Sérgio Kakinoff, ex-CEO da Audi do Brasil, para o cargo de presidente da aérea

Por Tatiana Vaz
19 jun 2012, 15h59

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A Gol anunciou na noite desta segunda-feira um novo nome em seu comando: Paulo Sérgio Kakinoff, ex-presidente da Audi do Brasil. Em entrevista à Exame.com, Constantino de Oliveira Junior fala dos motivos que levaram à escolha de Kakinoff como presidente da empresa de aviação, quais serão seus desafios e por que a mudança não significa que outras grandes mudanças estão por vir.

Perfil: Quem é Paulo Kakinoff

Por que escolheram o Paulo Sérgio Kakinoff como presidente?

Escolhemos porque a competência em termos de gestão do Kakinoff é comprovada pela sua trajetória – ele é um executivo brilhante que teve condições de exercer diversas funções no Grupo Volkswagen até chegar à presidência da Audi. Conhece os desafios e os principais indicadores da indústria, acredita na companhia e no nosso modelo de negócio. Como não estou deixando a empresa, mas assumindo o conselho, vou participar de forma mais executiva do dia-a-dia da companhia e a chegada dele será agregada ao grupo gestor e aliada a minha experiência no setor.

Quais serão os desafios dele na companhia?

Garantir agilidade à companhia e um aprimoramento nos processos para atuar frente à volatilidade do setor. A Gol é uma empresa nova, com 11 anos de atuação, que passou por diversos momentos que deixaram claro que a agilidade é fundamental para a companhia, já que as mudanças do setor para ela traz impactos mais rápidos que para suas concorrentes . Precisamos ter mais agilidade e é essa a principal missão do Kakinoff.

As suas atribuições mudam na empresa?

Pretendo ficar com ele no próximo trimestre todo, serão 90 dias de transição, onde vamos conviver como CEO e presidente do conselho. Ele assume a presidência no dia 02 de julho e devemos convocar uma assembleia no dia 06 para fazer a mudança no estatuto e exclusão do nome dele como conselheiro. Depois disso, faremos a transferência do comando de forma gradual sem rupturas e eu passo a exercer a presidência do conselho, com um papel institucional estratégico mais forte, com ajuda de toda a equipe da empresa para entregar os objetivos previstos.

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Não é o primeiro momento de turbulência da companhia. Por que estão optando por nomear alguém de fora para o comando pela primeira vez?

É difícil dizer se é o momento certo, mas o fato é que a indústria é muito desafiadora e essa mudança não pressupõe uma ruptura, já que continuarei na companhia. Pesou mais o fato de termos encontrado a pessoa certa do que ser o momento certo. A indicação do nome dele nasceu até de uma conversa despretensiosa.

A Gol não buscava um novo presidente no mercado há bastante tempo, como foi especulado?

Definitivamente não, nós não estávamos procurando presidente para a companhia. É natural, em termos de governança, a profissionalização com executivos que tenham química com os controladores, que entendam bem o modelo de negócios da empresa e os desafios que ela oferece, como é o caso agora. Isso aconteceu de forma concomitante, não por conta do atual momento da Gol.

Há um plano para sair da turbulência? O que podemos esperar daqui para frente?

Os reflexos dessas mudanças devem aparecer quando analisarmos o grupo que controla a Gol e a Webjet. A demanda deve crescer mais que a oferta em função dessa racionalização. Estamos realizando todas as ações de redução de custo fixo necessárias para adequar a companhia a essa nova realidade durante o segundo trimestre. O Kakinoff assume a empresa com uma série de desafios impostos pela indústria. Porém, o movimento estratégico de tornar a empresa mais rentável já foi feito.

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Podemos esperar outros movimentos de redução de custo fixo da companhia?

Acho que o modelo de baixo custo e baixa tarifa permanece e o Kakinoff trará mais agilidade, conhecimento específico do setor e revisão de processos, além de um foco quase que exclusivo à empresa que irá agregar valor. Eu cumpro um papel institucional, tenho participação em outras empresas e não vinha tendo condição de me dedicar à empresa como deveria. Kakinoff estará 120% focado na GOL e eu vou agregar minha experiência institucional e estratégica.

A compra de participação da Delta na Gol influenciou na contratação do Kakinoff?

Não, de jeito nenhum. A Delta tem um modelo interessante de um presidente e um presidente do conselho trabalhando juntos. A Azul, nossa concorrente, também tem o David Neeleman como presidente do conselho e o Pedro Janot na presidência. Há várias empresas áreas que trabalham dessa forma, com essa espécie de dupla no comando, com o presidente do conselho apoiando o presidente da companhia, como estamos fazendo.

Acredita que a empresa vai demorar para reaver a credibilidade dos investidores?

A empresa precisa mostrar resultado novamente. Nossa gestão tem estado muito focada nisso para entender as modificações que precisavam ser e estão sendo feitas e aplicar um plano de negócios agressivo diante de uma realidade diferente da que tínhamos no princípio de 2011. Isso foi planejado e previsto, já que nossas decisões não podem comprometer o serviço que ofertamos. O resultado virá quando essas medidas todas tiverem sido colocadas em prática. Não acredito que essa mudança de comando vá significar uma guinada enorme na companhia. A melhoria virá da estratégia que tem sido bem sucedida e que pode nos permitir alcançar o patamar de resultados que fez da Gol uma referência mundial em termos de retorno para os investidores.

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