Camp David (EUA.), 19 mai (EFE).- A crise econômica europeia dominou o encontro de cúpula do G8, em Camp David, residência presidencial americana, em que os líderes dos países mais desenvolvidos e a Rússia se mostraram de acordo na necessidade de criar uma disciplina orçamentária.
Os representantes de Estados Unidos, Rússia, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão dedicaram quase o dobro do tempo previsto, mais de duas horas, para analisar a delicada situação na zona do euro e expressaram seu interesse em que ‘Grécia permaneça na União Europeia’.
Em comunicado ao término da segunda e última reunião do fim de semana, os líderes expressaram seu apoio a ‘a determinação dos governantes europeus para resolver as tensões na zona do euro de modo crível e com prontidão, de modo que gere confiança, estabilidade e crescimento’.
O G8 se mostrou a favor de discussões para determinar ‘como gerar crescimento, enquanto se mantém um firme compromisso de implementar a consolidação fiscal’.
Ao mesmo tempo, foi acordado que todos os Governos do G8 ‘necessitam tomar ações para aumentar a confiança e alimentar a recuperação, incluídas reformas para aumentar a produtividade, o crescimento e a demanda dentro de um marco sustentável, não inflacionário’.
O comunicado ainda deixa uma mensagem positiva, mas com um alerta: ‘É imperativo promover o crescimento e o emprego. A economia global mostra sinais promissores, mas persistem os ventos de frente’. No entanto os líderes indicaram que as medidas não podem ser diferentes em cada país, para que seja formada uma frente de recuperação.
No início da reunião deste sábado, o presidente americano, Barack Obama, indicou que o G8 queria que tanto o crescimento e a estabilidade financeira com a consolidação fiscal fizessem parte de um plano integral que todos os países devem aplicar.
Ao fim da cúpula, Obama deve se reunir com dois dos líderes mais alinhados as suas posições, o novo presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel. A reunião bilateral terá como principais temas o crescimento e a austeridade, como remédios para a crise.
Merkel, Hollande e o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, se reunirão no mês que vem em Roma, segundo anunciou este último, para definir seus posicionamentos na cúpula europeia.
Ainda após a reunião deste sábado, foi emitido um segundo comunicado, em que os líderes do G8 se comprometeram neste sábado a garantir a provisão estável de petróleo nos mercados mundiais e evitar riscos de interrupções de fornecimento.
‘Supervisionamos a situação de maneira próxima e estamos prontos para solicitar à Agência Internacional da Energia que tome as medidas oportunas que assegurem que os mercados recebem provisões de maneira pontual e completa’, diz o documento.
As sanções ao Irã, promovidas pelos Estados Unidos e seguidas pela União Europeia, Japão, caso sejam ampliadas em julho, fará com que essas economias tenham que buscar alternativas aos mais de um milhão de barris diários que recebiam de Teerã.
O G8 ainda dedicou seu almoço de trabalho à segurança alimentar na África. No encontro, quatro líderes africanos estavam presentes: o presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete; o ganês John Atta Mills; o primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, e o presidente do Benin e líder da União Africana, Thomas Boni Yayi.
Após o encerramento da cúpula, a maior parte dos líderes deve se dirigir para Chicago, para participar da cúpula a Otan que será iniciada neste domingo, com a transição no Afeganistão como principal tema. EFE