Funcef quer reaver R$ 200 milhões investidos em fundo da OAS
Cobrança é baseada na mudança de cenário em razão do envolvimento da construtora na Operação Lava Jato, diz fundo de pensão dos funcionários da Caixa
O fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, a Funcef, trava disputa com o grupo OAS para recuperar 200 milhões de reais aplicados em fundo de investimentos criado pelo grupo e do qual a Funcef se tornou sócia em fevereiro de 2014. A informação foi publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira.
O objetivo do fundo de pensão era investir na incorporadora do grupo. A Funcef alega, no entanto, que houve “uma mudança de cenário” em razão do envolvimento da empresa na Operação Lava Jato.
Desde março de 2015, a OAS está em recuperação judicial, com dívidas que chegam a 8 bilhões de reais. Além disso, o grupo se encontra no centro da crise política que assola o país, com suspeita de favorecimento em licitações da Petrobras e de pagamentos ao Instituto Lula.
Em outubro do ano passado, o fundo de pensão pediu abertura de processo, que, de acordo com ele, foi aceito pelas partes.O tribunal arbitral ainda não foi instaurado na Câmara de Arbitragem do Mercado, órgão ligado à Bovespa.
Além da restituição dos 200 milhões, a Funcef pede que seja liberada da obrigação de aportar mais 200 milhões de reais no fundo, como previa o contrato assinado com a OAS.
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Histórico – A negociação entre Funcef e OAS começou em maio de 2013, quando foi criado o FIP OAS Empreendimentos. Um FIP é um veículo de investimento usado para aportes em empresas de capital fechado, as que não têm ações em Bolsa. A OAS pôs no FIP as ações que ela detinha em sua subsidiária OAS Empreendimentos, incorporadora imobiliária do grupo.
A empresa procurou os maiores fundos de pensão em busca de sócios. Petros, dos funcionários da Petrobras, e Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, recusaram a oferta. A Funcef achou que era um bom negócio, mas amargou de 2010 a 2013, três anos seguidos de prejuízo.
(Da redação)