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Fracassa nova tentativa de Bill Ackman de provar que Herbalife é pirâmide

Megainvestidor gastou 50 milhões de dólares para investigar a empresa por conta própria; após apresentar o resultado de seu trabalho, as ações da Herbalife subiram 25%

Por Da Redação
22 jul 2014, 21h00

O megainvestidor americano Bill Ackman fez, nesta terça-feira, uma apresentação de três horas e meia sobre a empresa Herbalife, mostrando indícios de que a fabricante de suplementos nutricionais é, na verdade, um sofisticado esquema de pirâmide financeira. Ackman gastou mais de 50 milhões de dólares e reuniu dezenas de investigadores particulares para apurar, por conta própria, a atuação da Herbalife em oito países. O bilionário esperava que, após sua demonstração, a empresa fosse sucumbir. Porém, as ações da Herbalife subiram mais de 25% até o encerramento do pregão, fazendo com que o valor de mercado da companhia aumentasse em 1,3 bilhão de dólares.

Ackman, que é dono da Pershing Square, um fundo de investimentos com mais de 12 bilhões de dólares em carteira, vem tentando há quase três anos provar que a Herbalife é um esquema de pirâmide. Em dezembro do ano passado, fez uma operação arriscada: apostou 1 bilhão de dólares na certeza de que as ações da Herbalife na Bolsa de Nova York iriam despencar. A operação é chamada de ‘venda a descoberto’ (ou shortselling, em inglês). Para executá-la, o investidor aluga as ações de uma determinada empresa por um preço alto com o compromisso de comprá-las depois de um certo prazo. Se o preço subir, o investidor perde dinheiro, pois se vê forçado a adquirir os papéis por um valor superior ao total de sua aposta. Ao alugar 20 milhões de ações da empresa que vende shakes de emagrecimento, Ackman apostou que o preço cairia ainda em 2013. Contudo, desde que fez sua aposta, as ações se valorizaram em 50%.

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Bill Ackman é figura célebre em Wall Street. Junto com Carl Ichan e Daniel Loeb, ele forma a tríade de investidores ativistas que não só compram ações de empresas, mas também interferem na sua gestão e, em muitos casos, criam brigas inflamadas com outros acionistas e controladores. O principal argumento de Ackman contra a Herbalife é o fato de a receita da companhia não ser proveniente das vendas a consumidores, e sim aos próprios revendedores, que são forçados a comprar os produtos que, segundo ele, acabam estocados e devido à baixa demanda. Além disso, o investidor aponta que os revendedores ganham mais dinheiro angariando novos membros para a rede do que vendendo produtos, de fato.

Em entrevista ao site de VEJA, Ackman afirmou, no ano passado, que o que mantém a Herbalife em atividade é o fato de a empresa operar no mercado internacional. “Uma das razões de Bernard Maddoff ter conseguido operar seu esquema por 30 anos foi essa: ele tinha braços no mundo inteiro. Há, hoje, 3,2 milhões de distribuidores da Herbalife. Eles precisam achar 2 milhões de distribuidores por ano para manter o esquema. O mundo tem 7 bilhões de pessoas e a empresa está em praticamente todos os países. É por isso que consegue sobreviver. O que salvou a Herbalife nos Estados Unidos foi a internet e a comunidade latina, que deu à empresa um novo público. Além disso, seus administradores passaram a usar ferramentas mais sofisticadas de marketing, como o patrocínio de times de futebol e outros esportes”, afirmou.

Em março deste ano, a Comissão Federal de Comércio (FTC, sigla em Inglês) abriu uma investigação contra a Herbalife por formação de pirâmide. A investigação foi motivada pelas acusações de Ackman. Contudo, ainda não houve conclusão. A Herbalife divulgou um comunicado após a apresentação do investidor negando qualquer acusação de formação de pirâmide.

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