Fórum de Davos começa nesta quarta, com foco na Europa
Crise será principal tema de discussões entre empresários e chefes de estado na cidade suíça. Premiê italiano fará discurso sobre liderança na adversidade
Começa nesta quarta-feira, na cidade suíça de Davos, o 43º Fórum Econômico Mundial. Os principais chefes de estado que vão comparecer ao encontro na pequena cidade alpina são Angela Merkel, da Alemanha, David Cameron, da Grã-Bretanha, e Mario Monti, da Itália. Além deles, o Fórum contará com autoridades econômicas globais como Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O tema central do evento será “dinamismo resiliente”, mas é o futuro da Europa que deve ocupar o topo das discussões. O primeiro-ministro italiano Mario Monti dará o tom para os empresários e políticos com um discurso intitulado “Liderando contra a adversidade”.
O encontro vai reunir mais de 1.500 líderes empresariais e até 50 chefes de estado ou de governo. Muitos tentam, em meio à crise, fazer com que as economias e as empresas passem pela turbulência global com menos danos possível. “É muito claro que o futuro da economia mundial é baseado em restaurar a confiança. Restaurar a confiança nos líderes, restaurar a confiança em nosso futuro e isso significa que precisamos deixar este estado de crise”, afirmou o fundador do fórum, Klaus Schwab, em entrevista coletiva.
Ainda há um bom caminho a ser percorrido, de acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de relações públicas globais Edelman e publicado na segunda-feira. “Há uma incrível falta de confiança na liderança”, disse Richard Edelman, presidente da empresa. “Os níveis de confiança em governos são piores do que para o negócio, mas ambos são terríveis.”
A pesquisa anual da Edelman em 26 países mostrou um aumento de confiança na administração pública e nas empresas em relação ao ano anterior. Mas apenas 26% confiam nos empresários para resolver problemas sociais e 15% nos líderes governamentais. O levantamento indicou ainda que apenas 19% esperam que empresários tomem decisões éticas, enquanto apenas 14% disseram o mesmo para os políticos.
Embora a Europa tenha conseguido manter a zona do euro intacta em 2012 e Washington tenha se afastado do “abismo fiscal”, uma pesquisa do fórum neste mês mostrou líderes empresariais e acadêmicos temerosos de que os políticos não estejam resolvendo os problemas fundamentais. E os políticos terão todos esses desafios novamente em 2013, sujeitos ao crivo do eleitor. Monti irá defender suas medidas de austeridade em eleições daqui a quatro semanas, e a chanceler alemã Angela Merkel espera que uma derrota na eleição regional no fim de semana não atrapalhe a sua reeleição este ano.
Ícones do mundo empresarial e financeiro, e frequentadores habituais do Fórum, como Bill Gates, da Microsoft, e o megainvestidor George Soros, também confirmaram participação. Do governo brasileiro está prevista a presença do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e do Ministro da Defesa, Celso Amorim. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, também vai a Davos, assim como a presidente da Petrobrás, Graça Foster, e vários executivos da estatal.
No setor privado, alguns nomes da delegação brasileira são Roberto Setúbal, presidente do Itaú, Persio Arida, chairman e sócio-diretor do banco BTG Pactual, Carlos Fadigas, principal executivo da Braskem, e Frederico Curado, presidente da Embraer, que é um dos organizadores empresariais do evento.
(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)